Nem tudo cabe em apenas um Natal

Escritora Dina Arce - Foto: Divulgação

Às vésperas de Natal, a pressa toma conta de todos e, depois do confinamento da pandemia, tudo tornou-se urgente, os reencontros, as confraternizações, o vai e vem desenfreado nos shoppings, no trânsito. O dia começa e já termina, e nem sempre damos conta de tudo e de todos. Queremos a vigésima quinta hora, o décimo terceiro mês, mais tempo para um turbilhão de coisas antes da meia noite. O trabalho é urgente, a meta é urgente. Tudo urge! Conquanto, não é possível dar conta. Por isso, resta acalmar a afobação característica do final de ano, controlar a ansiedade e ter a consciência e o conforto de que fizemos o melhor que podíamos.

Não é possível alcançar todos os objetivos, mas se você realizou um, que maravilha. Comemore! Quanto às reuniões e encontros, infelizmente, não se pode estar em vários lugares e com todas as pessoas que amamos, mas podemos ficar em paz conosco e com os ausentes em nossos corações e, sobretudo, sendo leves e amáveis com aqueles que temos o privilégio de estar e gastar um pedaço de tempo. Afinal, quando não se pode abraçar o mundo, abrace o mais próximo e isso é suficiente.

Os tempos não foram fáceis, tantas obrigações se acumularam e oportunidades passaram entre nossas mãos. No entanto, correr não vai livrar-nos do peso, nem vai ser possível colher o que já se derramou. Então o que fazer? Pausar, buscar concentrar-se na própria respiração. Na calma, na mansidão, na oração, cabem a plenitude e o bem-estar, atividades capazes de impulsionarmos e quem sabe esticar o mês de dezembro em um mês de paz sem o peso do estresse extra.

Certamente, não há como deixar um universo de coisas em um cartão, em um abraço, em um afago. A saudade dos que foram é imensa, o amor pelos amigos e familiares que nos rodeiam é infinito e não se pode resumir tantos sentimentos em um só Natal. Com certeza esse nos deve hora extra. Por isso, com toda a boa vontade, os sentimentos que a data traz devem perdurar e ser os presentes mais caros e raros em nossas casas. Que nossas árvores estejam repletas de amor, de carinho, de paciência, de solidariedade e de atenção. Ensinamentos e sentimentos compartilhados pelo nosso menino Jesus. O aniversariante é a nossa fé a trazer esperança em sermos melhores, em busca de uma vida e de um mundo melhor. Cristo, onipresente, está sempre de braços abertos e nele cabem todos, “porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Assim, que em suas casas o anfitrião seja nosso Senhor e que todos os seus desejos e sentimentos possam expandir-se na imensidão do Amor de Cristo. Feliz Natal!

Escritora Dina Arce

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