A importância da família na Educação

Escritora Dina Arce - Foto: Divulgação

Com a variante ômicron, o medo e a aflição renovam-se, afetando a todos. Indubitavelmente, a continuidade da pandemia irá piorar o que já vinha sendo muito prejudicado, com destaque para a educação. A incerteza na rotina escolar atinge mais drasticamente o ensino básico, pois difícil para esses alunos se adequarem à rotina de ensino à distância, quando o aprendizado nessa faixa etária necessita de vigília, apoio e correção.

A participação da família na formação do indivíduo tem papel significativo. Ter em casa acompanhamento, independentemente, do método escolar, é dever dos pais para com seus filhos, por isso instituído em nossa constituição, conforme artigo 205, “A educação é direito de todos e dever do Estado e da família (…)”

Assim, hoje, mais do que nunca, a participação dos pais é essencial. Lamentavelmente, esse dever da família foi sempre negligenciado, o que foi evidenciado nesses tempos de coronavirus. Esse descaso ainda não é reconhecido e enfrentado, muito porque estamos inseridos em um estado paternalista e subdesenvolvido, o que possibilita aos pais culparem o estado e fazer-se de vítima, esquivando-se de seus deveres.

Em geral, os pais só reclamam das dificuldades no ensino, mas não se envolvem como colaboradores no processo de educação. Muitos, indignados porque estavam mal acostumados apenas a deixar e buscar seus filhos nas escolas, sem qualquer trabalho ou compromisso com a rotina escolar, exasperam-se com o novo normal, ou seja, agora, o pai tem que vigiar, acompanhar, observar, ações que eram deixadas, indevidamente, sob responsabilidade apenas da escola.

Independente da pandemia, é preciso responsabiliza-se pela educação dos filhos e esquecer as desculpas, como “eu trabalho muito”, “eu pago escola para isso”, “não é trabalho meu ensinar”, e as mais frequentes “não tenho como pagar Internet”, “não tenho sinal”, etc… Essas duas últimas, às vezes, as ouvimos, ironicamente, de pais e mães que não desgrudam do celular, mas são incapazes de entrar no site da escola e checar na área do aluno o conteúdo das disciplinas, os deveres de casa, as videoaulas dos filhos, etc., o que deveria ser prioridade. Os pais deveriam abrir mão das suas mídias sociais, dos vídeos, do entretenimento inútil e dedicar esse precioso tempo gasto à toa com a leitura em família, a fiscalização dos deveres de casa e da frequência das crianças nas aulas remotas.

Ressalte-se que a maioria dos Estados e Prefeituras do Brasil disponibilizam ensino a distância pela internet e pela televisão, e claro, existem problemas técnicos e os pais devem saber cobrar das autoridades, acionar o Ministério Público (fiscal da lei), para que o ensino seja regular e democrático.

É preciso entender que a omissão da maioria das famílias no processo de aprendizado gera uma enorme sobrecarga para o professor, principalmente, para os da rede pública, o que resulta em desmotivação, sentimento de impotência e desvalorização do profissional. No aluno, nem se pode mensurar, os danos são irreversíveis.

Diante disso, os pais precisam assumir o seu papel e unir esforços junto às escolas para que o ensino se desenvolva e renda bons frutos. Educar um filho não é fácil. Eis por que, é necessária luta constante pelo ensino adequado. Então, se você quer um filho com acesso à educação, participe do processo, é um dever seu. Isso, com certeza, será exemplo para o pequeno e no futuro ele seguirá sozinho sem tantos obstáculos.

Escritora Dina Arce

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