As Ternuras e as Manias dos Gatos

Escritora Dina Arce - Foto: Divulgação
Imagem: Leon Sarmento

Quem ama os felinos sabe que eles são cheios de personalidade, seguida muitas vezes por manias, fobias, e muitas loucuras, por isso eles são campeões em conteúdo para internet, sem ganhar, entretanto, nada para isso. Tenho certeza que você já se divertiu com algum vídeo dos bichinhos.

Eu sou uma amante de gatos e durante essa convivência, para cada um que eu conheci, fiz uma ficha com suas peculiaridades. Depois percebi que mais parecia um prontuário de uma clínica psiquiátrica. Daí resolvi dar o nome ao meu fichário de Psicocats, no arquivo tinha a ciumenta, o instável, a narcisista, o antissocial, o com mania de perseguição, o metódico, a megalomaníaca, o dramático, dentre outros. Características tão próprias do ser humano, as quais, muitas vezes, estão até enquadradas no Código Internacional de Doenças- CID, e são tratadas com terapias e medicamentos.

Na minha opinião, os gatos apresentam-se com essas características, por serem hipersensíveis, muitas vezes pensamos uma coisa, e lá está o bichano com os olhos grudados em nós, como se tivesse ouvido e entendido o pensamento. Muitos chamam isso de telepatia. Talvez, nem sempre eles interpretem da maneira adequada, e a técnica deve ser aprimorada.

Também, pode ser que uma das justificativas para os comportamentos extremos de muitos gatinhos seja por virem de uma realidade de abandono, de uma situação de perigo. Então, muitos já carregam consigo um trauma. Da mesma maneira, acontece com os humanos, não é mesmo?

Assim, resolvi lidar com carinho e humor diante o comportamento dos peludos. Por isso, criei personagens para ilustrar essas criaturas fofas e encantadoras. Dentre eles, tema Love, que parou de comer em razão de sua dona ter adotado mais um gatinho. Solicita à dona que o mande ir embora como prova de amor; tem o Bip, que de dia, é triste e preguiçoso. Ao anoitecer, é energético e impulsivo. Mas, ele nega; tem a Belle que vive nas redes sociais, lambe-se o tempo inteiro e nunca se acha gata o bastante;

Nesse time, também, tem o Solo, que tem fobia social, não aceita carinho e ignora os seus donos; tem o Cismo, que tem medo da própria sombra. Jamais se aproxime por trás e de surpresa. Acredita que o cachorro da vizinha tem um plano para matá-lo; tem a Megan, que pensa ser dona de uma mansão no seu bairro. Acha sua caixa de areia ridícula, e para ela os desertos foram feitos para as suas necessidades. O Egito parece ser uma boa opção; tem o TOK, que para comer cada grão de ração, o seu dono tem que fazer cafunés, alternadamente, nas orelhas direita e esquerda, nessa ordem; e o Dram, que sumiu por três dias por causa do aspirador de pó.

Então, quem não tem um conhecido assim, seja gato ou humano? Ou mesmo não percebe em si uma dessas características? Para esses sintomas, muito amor, atenção, paciência e alegria. Prometo, no futuro, trazê-los reabilitados, com um final feliz e divisão de royalties. Eles merecem.

Escritora Dina Arce

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.