Omar e Fausto duelam na CPI por causa de esquemas de corrupção

  • Acusado pelo deputado estadual Fausto Junior (MDB) de ter sido responsável pelo pagamento, em 2014, de mais de R$ 50 milhões de forma irregular em processo indenizatórios, o senador Omar Aziz (PSD) devolveu as acusações ontem na CPI da Pandemia, garantindo que Fausto está enredado em esquemas de corrupção no Amazonas por conta da sua súbita evolução patrimonial.
  • Os escândalos envolvendo Fausto, segundo Omar, se relacionam a empresas que teriam abocanhado R$ 500 milhões do governo amazonense em apenas dois anos graças a negócios envolvendo a área de saúde, construção, manutenção e aluguel de veículos.
  • As empresas são Construtora Matrix, GA Serviços de Manutenção Ltda, BRB Serviços em Saúde Ltda, Podium Ltda, CC Batista e Nova Renascer Ltda, dentre outras.

“CPI vai investigar”, promete senador

    • Omar Aziz assegurou que a CPI da Pandemia investigará Fausto Junior e quebrará o sigilo bancário tanto das empresas quanto do parlamentar e sua genitora, a ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Yara Lins, ex-conselheira do Fundo Estadual de Saúde do Amazonas.
    • A quebra de sigilo também alcançará o advogado André Luiz Guedes da Silva, que estaria comprometido com os esquemas de Fausto.

O porquê do não indiciamento

    • “A CPI vai quebrar o sigilo das empresas e do operador, e vai revelar o ‘modus operandi’ de uma membro do TCE pra mostrar porquê o governador Wilson Lima não foi indiciado”.
    • A manifestação de Omar Aziz se deu em função do comportamento vacilante de Fausto Junior na CPI da Pandemia ao ser interpelado sobre os motivos que o impediram de solicitar o indiciamento do governador Wilson Lima enquanto relator da CPI da Saúde, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que investigou o governo Wilson Lima em plena pandemia de 2020.

Omar também foi culpado

    • No seu depoimento à CPI da Pandemia, Fausto Junior despertou a ira de Omar ao demonstrar que ele deveria explicar à comissão por que o Governo do Amazonas pagou, entre 2011 e 2020, a quantia de R$ 1.451.651.006,01 em processos indenizatórios, na área de saúde, sem a observância de procedimentos licitatórios.
    • Para Fausto, todos os governadores do período deveriam ser chamados a depor, o que incluiria Omar, que governou o Amazonas de 2011 a 2014.
    • Os petardos de Fausto irritaram o senador, que a partir de então atirou-se ao confronto verbal, colocando em dúvida a evolução patrimonial de Fausto.

Constrangimento

    • Um dos momentos mais constrangedores do depoimento de Fausto Junior, ontem, foi quando a senadora Soraia Tronicke quis saber por que a CPI da Saúde da Aleam não ouviu o governador Wilson Lima.
    • Ele alegou que um artigo da Constituição do Amazonas impediu a convocação do governador. A senadora classificou de “vergonhoso” o artigo e criticou duramente o comportamento de Fausto.

“Tu me cutuca, eu te cutuco”

    • Pertencente ao MDB, comandado no Amazonas pelo senador Eduardo Braga, o deputado Fausto Junior teve a solidariedade do senador no duelo com Omar Aziz na CPI.
    • Em dado momento da discussão, em que Fausto, inclusive, pediu para reparar números equivocados usados por ele em seu ataque a Omar por conta de pagamentos irregulares em 2014, Braga interveio em defesa do deputado, mas com o cuidado de não ferir o presidente da CPI.
    • Imediatamente Braga voltou suas baterias contra o governador Wilson Lima, evitando desdobramentos ruins para Fausto no duelo quente com Aziz.

Ministério da Amazônia Legal

    • Preocupado com o desgaste político causado por Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente, o presidente Jair Bolsonaro admite criar o Ministério Extraordinário da Amazônia Legal, cuja proposta, de autoria do deputado federal Átila Lins (PP), tramita no Congresso Nacional desde o início de 2020.
    • De acordo com a proposta, o Ministério teria mais autonomia e real força política para tratar de assuntos de grande relevância para a região do que o atual Conselho da Amazônia, presidido pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
    • O Ministério, conforme Átila, trataria diretamente com Bolsonaro assuntos de ponta como Zona Franca de Manaus, exploração econômica em terras indígenas, pavimentação e implantação de rodovias estratégicas como as BRs-319, 317 e 230 e outras questões atualmente tratadas como pautas menores no segundo escalão federal.

Guerra ao tráfico

    • A Polícia Civil e a Polícia Militar se desdobram em ações conjuntas para fazer frente à escalada do tráfico cada vez mais ousado no interior do Amazonas.
    • Na segunda-feira (28), a operação “Terruã” prendeu 11 indivíduos que tinham em seu poder duas armas de fogo calibre 36, de fabricação caseira, quatro munições de calibre 36 intactas, 70 trouxinhas de maconha, 125g de cocaína, 12 porções médias de pasta base e três aparelhos celulares.
    • Um dos presos, Antônio Raí da Silva, de 20 anos,  estava cadastrando pessoas visando a criação de uma célula vinculada a uma organização criminosa.

Forças Armadas na região

    • Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro colocará as Forças Armadas em ação contra o desmatamento e as queimadas na Amazônia.
    • O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) prevê que tropas sejam enviadas ao Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia, onde devem permanecer até 31 de agosto.
    • O objetivo da operação apontado é que os militares atuem preventiva e repressivamente contra delitos ambientais, especialmente o desmatamento ilegal.

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