- O deputado Dr. Francisco Gomes (PSC) foi convidado pelo governador Wilson Lima (PSC) para assumir a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) depois da prisão do atual titular da pasta, Marcellus Campêlo, primo da deputada Alessandra Campêlo (MDB), durante a quarta fase da operação Sangria, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (2).
- Pessoas próximas ao deputado, ouvidas pela coluna, confirmaram o convite, mas contaram que o parlamentar pediu tempo para pensar, e deve dar uma resposta definitiva ao governador até a próxima terça-feira (8).
Uma saga infernal
- Marcellus Campêlo é o terceiro secretário de Saúde preso pela PF por suspeita de desvio de dinheiro público da área da saúde no Amazonas.
- A primeira foi a biomédica Simone Araújo de Oliveira Papaiz, no dia 30 de junho de 2020, e depois Rodrigo Tobias, em 8 de outubro, também no ano passado, todos indicados por Wilson Lima.
- Agora, o deputado Dr. Gomes vai aproveitar o fim de semana para refletir se aceita o convite para atuar na linha de frente da Saúde ou se desiste da convocação do governador para cuidar apenas da sua pré-campanha à reeleição.
STJ no caminho
- Bastante experiente na política, já tendo debutado como deputado federal no Congresso Nacional, Dr. Gomes sabe que, se recusar o convite, pode ter que encarar dificuldades de ordem política na campanha de 2022.
- Mas, tudo indica que vai preferir aguardar os acontecimentos do próximo dia 28, quando o STJ (Superior Tribunal de Justiça) julgará denúncia contra Wilson Lima e seu vice, Carlos Almeida, no polêmico caso dos respiradores comprados pelo Governo do Estado para o combate à Covid-19.
Braga ignora ataques
- O senador Eduardo Braga (MDB/AM) não respondeu a nenhum dos ataques indiretos feitos pelo governador Wilson Lima em uma live no dia de Corpus Christ.
- Fontes ligadas ao senador dizem que ele não entrará no jogo de bate-boca com Lima ou com quem esteja por trás do governador.
- Nas suas redes sociais, o senador fez um balanço de quanto destinou ao Amazonas em emendas de sua autoria: mais de 233,4 milhões.
Bolsonaro alfineta Omar
- O senador Omar Aziz (PSD/AM) também não respondeu aos ataques de Jair Bolsonaro.
- Em live, o presidente chamou o parlamentar de “PhD em desviar dinheiro da saúde’”, fazendo menção a suposto envolvimento de Omar, da esposa dele e atual deputada estadual, Nejmi Aziz (PSD), e de mais três irmãos do parlamentar, na operação Maus Caminhos da Polícia Federal.
Dardos de Arthur
- No Twitter, o ex-prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) disse ser impossível compreender desvios e fraudes no Amazonas ignorando a operação ‘Maus Caminhos’.
- Conforme Arthur, que se movimenta nas redes sociais como autêntico pré-candidato ao Senado, a operação compromete seriamente Omar.
- “Não pode haver impunidade em nenhuma esfera da Saúde ou de qualquer setor público”, tuitou o ex-prefeito.
Recursos minguando
- Em vez de melhorar, a União encurtou o repasse de recursos a governadores e prefeitos para o combate à pandemia da Covid-19.
- Segundo o portal Siga Brasil, da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado (Conorf), a redução foi de 90,5%. Em 2020, o repasse alcançou a média de R$ 391,8 milhões/dia, mas neste primeiro semestre de 2021 essa média caiu para R$ 36,9 milhões.
Reclamação geral
- Governadores e prefeitos reclamam contra a redução de recursos considerados extremamente necessários neste momento em que a covid evolui no país em vez de diminuir. Já são 462,7 mil óbitos.
- Em 2020, o Palácio do Planalto liberou R$ 540,2 bilhões, com os governos estaduais abocanhando R$ 114,8 bilhões. Nem o presidente Bolsonaro e tampouco o Tribunal de Contas da União (TCU), e muito menos o Ministério Público Federal, sabem onde foi parar tanto dinheiro.
- Segundo o Siga Brasil, em pleno ano eleitoral de 2020, os prefeitos de capitais receberam mais dinheiro que os governadores para a luta contra a covid.
Habeas corpus preventivo
- O Supremo Tribunal Federal deverá ter muito trabalho, na próxima semana, com a antecipação, do dia 29 para 10 deste mês, do depoimento do governador Wilson Lima à CPI da Pandemia.
- É que os governadores na Suprema Corte lutam pela suspensão de suas convocações à CPI.
- Também não está descartada a possibilidade de Wilson Lima tentar um habeas corpus preventivo junto ao STF para não falar quase nada à CPI.