Seu voto é para impedir que o Brasil seja um ‘Togaquistão’

Eleição 2022 precisa se alinhar com o projeto de uma “Pátria Honesta”; é fundamental eleger quem tenha capacidade e vontade de neutralizar a Cleptocracia, o Mecanismo e seus tentáculos públicos

Por Jorge Serrão (*)

Só existe uma polarização que realmente vai dominar o cenário político brasileiro em 2022: a luta entre a maioria honesta e uma minoria corrupta que infesta a máquina pública e seus poderes. Mais que nunca, o voto será uma arma letal contra a ditadura do Crime Institucionalizado – que opera conforme regras estabelecidas em um regime falsamente democrático. A missão principal do cidadão de bem, honesto, é neutralizar e, se possível, derrotar a tal Cleptocracia (governo dos ladrões) e seu tentáculo, o famoso Mecanismo. Um dos maiores defeitos a ser consertado, urgentemente, é aquilo que vem sendo chamado, humoristicamente, de “Togaquistão” (uma espécie de “república rebelde”, com ares de ditadura imperial, com elementos que não passaram pelo filtro do voto popular, mas que utilizam a caneta, a máquina e o excesso de leis ou regras para impor hegemonia sobre os poderes Executivo, Legislativo e, em suma, popular). Em síntese, vigora uma inaceitável, imperdoável e injusta “Juristocracia” em meio à anarquia feudal tupiniquim.

Vale a pena traduzir o jocoso termo “Togaquistão”, em linguagem popular, para facilitar a compreensão do momento nada humorístico que vivemos no Brasil. “Togaquistão” significa que: Só pobres são e ficam presos no Brasil. Corruptos roubam à vontade e sempre terminam impunes, desfrutando da riqueza. Não existe segurança jurídica de verdade. Privilégios medievais são mantidos pela força da interpretação que a toga faz das leis. Também inexiste liberdade ou direito de expressão, a não ser para quem tem o “poder da caneta de ouro” (não vale esferográfica). No Togaquistão, o Crime Institucionalizado compensa, e muito. A “zelite” dirigente do Togaquistão só quer saber de cidadão na conversa fiada da retórica dos discursos e narrativas. A oligarquia feudal opera com uma população amedrontada, submissa, subjugada pelo Mecanismo.

O Togaquistão se torna viável diante da inação, omissão ou covardia do cidadão honesto – que aceita tudo e qualquer coisa, sem questionamentos, se limitando a pagar ou sonegar impostos. O Togaquistão se torna pleno diante da canalhice, complacência e conivência dos políticos (aqueles que são eleitos para representar o povo, legítimo dono do poder originário). Senadores e deputados, corruptos e corrompidos, deixam de cumprir a missão fiscalizadora, aceitam perder sua legítima independência e toleram aqueles que legislam quando interpretam as leis nos tribunais. Magistrado não tem legitimidade para fazer politicagem. O Togaquistão se aproveita da fragilidade de um texto constitucional prolixo, mal regulamentado, que dá margem a interpretações e não ao efetivo cumprimento consciente por todos. O Togaquistão deita e rola com o excesso de “regras” em vigor, praticando o rigor seletivo na punição ou o perdão conveniente. O Togaquistão, cujo poder caricato deveria se chamar “judasciário”, consagra a injustiça, a impunidade e a ilegalidade. Não é à toa que o “Narconegócio” sobrevive e cresce no regime do Togaquistão.

Resumindo: A prioridade máxima da cidadania neste ano eleitoral de 2022 é votar da maneira mais acertada e consciente possível. A ação vai muito além do mero tribalismo ideológico. Não basta escolher os melhores representantes do povo no parlamento ou os mais competentes e honestos para comandar o governo da nação e dos Estados. A maioria dos eleitos precisa ter compromisso com reformas e mudanças estruturais que permitam o avanço do país para o crescimento e o desenvolvimento, com base em uma prática empreendedora, capitalista e, acima de tudo, compromissada com a liberdade responsável e o estrito respeito ao Estado de Direito, com a efetiva realização da Justiça (no sentido amplo do termo). A Política tem de ser praticada, de verdade e com sabedoria, para a recuperação do equilíbrio institucional entre os poderes. A responsabilidade é de cada um de nós. Precisamos de uma Constituição digna do potencial do Brasil. Precisamos de um Supremo Tribunal Federal que seja uma Corte Constitucional respeitada e que, acima de tudo, se dê o respeito. Necessitamos de um Judiciário que faça justiça – e não justiçamento! Sorte nossa que uma revolução silenciosa está em andamento para que floresça a “Primavera Brasileira”. Togaquistão, não. Pátria Honesta, sim. Vote certo!

(*) É jornalista, professor e flamenguista. É editor-chefe do blog Alerta Total e comentarista do programa 3 em 1 da Jovem Pan

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