Rio Preto da Eva, o horizonte mora ao lado

Nelson Azevedo(*)[email protected]

Ocupando 60% do Distrito Agropecuário da Suframa, que ocupa uma área de 590 mil hectares, Rio Preto da Eva  tem consolidado novas matrizes econômicas, sustentáveis e promissoras, para um futuro do Amazonas que já começou. Distante 80km de Manaus, com uma rodovia que precisa ser ampliada e melhor sinalizada, o município tem trabalhado junto com a Suframa para melhorar  sua infraestrutura, tanto de transporte, como de energia e comunicação.

Afinal, para um estado que importa 80% dos alimentos que consome, Rio Preto da Eva é, ao lado do Iranduba é um desafio de novos negócios com mais indicadores de retorno para investimentos agrícolas e agroindustriais. Cabe lembrar que, no âmbito do programa ZFM, esses municípios contam com legislação de contrapartida fiscal, que permitem vantagens competitivas para abastecer Manaus ou, a partir dela, exportar seus produtos.

80% da Piscicultura

E quais as vocações principais para atrair investimentos que interajam na equação oferta e procura representada por Manaus? Uma delas é a piscicultura que já responde por 80% da produção do estado, algo em torno de 26 mil toneladas. Rio Preto é destaque nacional, perdendo apenas para a produção de tilápias que conta com suporte fiscal generoso da União Federal. Mesmo assim, o município investiu na produção de alevinos de tambaquis, entre outras espécies, e incentiva a produção de ração. Aliás, este é um excelente investimento. Paralelamente o turismo de pesca ganha espaço na atual gestão do município.

Fruticultura e agroindústria

Outra vocação é a fruticultura, marcada pela produção de laranja, banana, abacaxi e açaí. Por enquanto esses produtos tem sido comercializados in natura, mais há incentivos do Sebrae com financiamento de até 70% para os empreendimentos agroindustriais.

Nesse contexto se consolida, já a passos largos um distrito agroindustrial do município que mobiliza Suframa, Governo do estado e prefeitura. Essa iniciativa, terá o impulso de dá cidadania fiscal, propiciada pela escrituração das glebas do distrito agropecuário da Suframa para este fim. Isso viabiliza a cidadania fiscal, mediante aos projetos aprovados pela autarquia, para permitir financiamento e outras vantagens fiscais das três entidades federativas.

Projeto demonstrativo

A boa notícia é que este modelo, servirá de projeto demonstrativo para os demais municípios alcançados pela Região Metropolitana de Manaus, de acordo com as vocações de cada um. Há um consenso, a propósito, de evitar a construção prévia de edificações suntuosas que acabam se tornando elefantes brancos. As condições de viabilidade econômica, de todos os empreendimentos dessa natureza, deverão ser reguladas pelo mercado consumidor. Ao poder público compete assegurar vias de transporte adequadas, energia com distribuição de qualidade e utilização do satélite para assegurar internet com custo baixo e velocidade adequada. O resto , o setor privado saberá responder com competência e efetividade como tem feito há 54 anos no Polo Industrial de Manaus.

Desafios promissores

Portanto poderemos dizer que há um horizonte muito próximo em todos os sentidos que representa um alento de desafios extremamente promissores para a geração de empregos, oportunidades e interiorização do desenvolvimento. O Amazonas, por uma gestão historicamente improvisada, agravada por dificuldades locacionais tem utilizado os recursos gerados pela industria para projetos e programas dessa natureza. São quase R$1 bilhão de reais por ano, desde sempre utilizados para custeio da máquina pública, esses recursos são poderosos fatores de geração de riqueza em todas as direções. Empregados na finalidade determinada pela lei, os fundos de turismo e interiorização do desenvolvimento, poderão por exemplo, em conjunto com a Universidade do estado do Amazonas, integralmente paga pela indústria, articular a formação de recursos humanos, ajustada ás vocações de negócios de cada município. Lembrando que a UEA está presente em todos eles. E pode cumprir o papel de formar tecnólogos nas diversas atividades do setor necessárias a produção, beneficiamento, industrialização, transporte e distribuição desses produtos previstos nos diversos programa regionais.

Partilha de benefícios

Neste formato, com mais empregos e oportunidades, os custos de segurança e saúde  irão encolher, e os investimentos em educação, vão passar a responder por uma arrecadação robusta, transparente e socialmente coerente com uma nova ordem social. Isso é o que se pode chamar de uma nova matriz econômica, a construção de um horizonte ao alcance de nossas mãos, o horizonte de um nova economia, um novo cenário social e daquilo que se pode chamar de exercício pleno da cidadania.

(*) Nelson é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, vice-presidente da FIEAM e Conselheiro do CIEAM.

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