O imperativo Verde do potássio na Amazônia

“Portanto, é fundamental que haja uma transparência nas operações do potássio verde, e um diálogo constante com todas as partes interessadas, incluindo populações indígenas, comunidades locais, organizações ambientalistas e o setor privado. Em mutirão e de acordo com o imperativo sagrado na Amazônia de gerar riqueza com responsabilidade, sustentabilidade e de olho na prosperidade social.

Por Nelson Azevedo (*) [email protected]

A humanidade está de olho na Amazônia. E nós – que aqui vivemos e empreendemos – mais ainda. Não apenas por sua exuberante biodiversidade e significativa cobertura vegetal, mas, principalmente, pelo fator humano que aqui habita. E neste cenário hoje enfrentamos um paradoxo: a necessidade de explorar os recursos minerais para fortalecer a economia do Brasil a partir do agronegócio sem comprometer a integridade deste delicado ecossistema.

Jazidas abundantes

Há mais de duas décadas debatemos a exploração do potássio, um recurso vital para a agricultura, cujas jazidas abundantes e promissoras situam-se na área central da região, onde também prospera a indústria da Zona Franca de Manaus, prestes a completar seis décadas de residência. Um modelo em que desenvolvimento e a sustentabilidade procuram coexistir.

Indústria sem chaminés

Caracterizada por uma indústria “sem chaminés”, essa economia demonstra um compromisso tangível com a preservação ambiental, salvaguardando mais de 90% da vegetação nativa do estado. Este setor não apenas gera meio milhão de empregos mas também contribui significativamente para a receita federal, posicionando o Amazonas como um dos principais contribuintes do país.

Mineral precioso

Contudo, o desafio se intensifica com o potencial de exploração do potássio. A mineração, em territórios tão sensíveis quanto a Amazônia, exige uma abordagem meticulosa que equilibre as demandas econômicas com a preservação ambiental. O potássio, essencial para o boom agrícola do centro-oeste brasileiro, coloca o país diante de uma encruzilhada: importar e depender de fontes externas ou explorar as reservas locais de forma responsável.

Alerta Severo

A história da mineração no Brasil, marcada por tragédias como as de Brumadinho e Mariana, serve de alerta severo. A Amazônia, com sua fragilidade e potencialidade únicas, não pode ser palco de tais desastres. Assim, o processo de licenciamento para a exploração do potássio está sendo conduzido com extrema cautela, assegurando que as medidas de segurança, sustentabilidade e respeito aos ecossistemas locais estejam no centro das decisões.

Novo paradigma

Além de gestão ambiental rigorosa há que se reforçar a necessidade de uma governança transparente e comprometida com o futuro. A exploração do potássio na Amazônia, portanto, representa mais do que uma questão econômica; é um teste para a capacidade do Brasil em harmonizar a demanda por recursos com a preservação de seu patrimônio natural mais valioso. Ao buscar este equilíbrio, o país tem a oportunidade de definir um novo padrão para o desenvolvimento sustentável, onde a economia e o ambiente coexistam em benefício mútuo.

Desafio técnico é ético

A exploração de potássio na Amazônia, portanto, é um desafio técnico e econômico, e também uma questão ética e ambiental. É com muita satisfação que constatamos a presença de empreendedores pioneiros da economia da Amazônia nesta empreitada. Um alento misturado com orgulho e com a certeza de uma visão de longo prazo, que considera as gerações futuras e o legado que será deixado para elas.

Padrão da sustentabilidade

Portanto, impõem-se tecnologias de mineração e práticas de gestão que minimizem a degradação ambiental, preservem a biodiversidade e garantam o bem-estar das comunidades locais. Afinal, a exploração sustentável de recursos na Amazônia deve ir além do cumprimento de normas legais e regulamentações. Ela exige um compromisso com a inovação e com a adoção de padrões internacionais de sustentabilidade, integrando a conservação ambiental com o progresso social e econômico.

Indígenas e ribeirinhos

Portanto, é fundamental que haja uma transparência nas operações e um diálogo constante com todas as partes interessadas, incluindo populações indígenas, os ribeirinhos, as comunidades locais, as organizações ambientalistas e o setor privado. Em mutirão e de acordo com o imperativo sagrado na Amazônia de gerar riqueza com responsabilidade, sustentabilidade e de olho na prosperidade social.

(*) Nelson é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM

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