Especialista orienta sobre ultrassonografia das mamas, após crescimento dos casos do câncer em mulheres jovens

O presidente da Sociedade Amazonense de Radiologia, Jorge Leão, explica que o exame é fundamental para o diagnóstico precoce da doença

Jorge Leão, especialista em diagnóstico por imagem - Foto: Divulgação

A avaliação das mamas jovens através do exame de ultrassom é fundamental para a detecção e diagnóstico precoce do câncer de mama, o que mais mata no Brasil. Um recente estudo publicado no JAMA Network Open, periódico americano, mostra um aumento no número de casos de câncer de mama em mulheres entre 20 a 40 anos.

O especialista em diagnóstico por imagem, Jorge Leão, explica que o exame de ultrassonografia é indicado a pacientes jovens, que apresentem alta densidade mamária, o que diminui a sensibilidade na mamografia.

“Pacientes com idade inferior a 40 anos têm indicação de fazer USG e após os 40 anos, a melhor avaliação é associação da ultrassonografia com a mamografia, o que aumenta a sensibilidade e especificidade no diagnóstico precoce do câncer de mama”, diz o médico.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a projeção é de 73,6 mil novos casos de câncer de mama para 2024. Nódulo nas mamas, nódulo nas axilas, aumento assimétrico das mamas, mamilos desviados ou repuxados, abaulamento da pele e ou retração da pele das mamas, descarga papilar transparente ou serossanguínea são os primeiros sinais do câncer de mama.

O presidente da Sociedade Amazonense de Radiologia do Amazonas (SORAM) destaca a importância da associação entre os exames de ultrassonografia das mamas com Doppler colorido e ultrassonografias das axilas direita e esquerda.

“O acréscimo do Doppler colorido é para avaliação da vascularização, no caso de nódulo para rastrear casos suspeitos. É importante complementar com a ultrassonografia de axila direita e axila esquerda para avaliação dos três níveis axilares de linfonodos. O linfonodo metastático assume uma forma e vascularização diferentes do padrão habitual sendo denominado como linfonodo atípico”, pontuou Leão.

O médico orienta que a ultrassonografia pode ser realizada em qualquer idade, se houver indicação. O exame pode ser realizado em pacientes jovens em idade reprodutiva, para rastreio; em pacientes com histórico familiar de câncer de mama e em pacientes com nódulo palpável, dor mamária, descarga papilar.

“Na última década, a prevalência de mulheres jovens com câncer de mama vem aumentando gradativamente, nesse contexto, a ultrassonografia em mãos experientes é uma ferramenta de alta importância para rastreio, diagnóstico. É importante também para guiar a biópsia para confirmação diagnóstica, visto que são pacientes jovens com mamas densas. Existem casos em que a mamografia não detecta o nódulo devido a densidade mamária, sendo classificada como BI-RDAS 1, que é o exame normal. Já na avaliação por ultrassonografia, apresenta um nódulo com características de BI-RADS 5, de alta suspeição, elevando a 95% a probabilidade para câncer de mama”, disse.

O especialista em diagnóstico por imagem, explicou que nos casos de imagens e ou nódulos com características de alta suspeição, deve ser indicada e realizada a biópsia por agulha grossa (CORY BIOPSY), o mais rápido possível.

“A biópsia possibilita a realização da análise anatomopatológica e complementar com a imuno-histoquímica para confirmação diagnóstica e planejamento para tratamento. O diagnóstico precoce é o maior aliado para o paciente, possibilitando a cura da doença e salvando vidas”, concluiu.

LD Comunicação 

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