Crianças são mais vulneráveis a complicações pela varíola dos macacos, diz infectologista

Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, afirma, porém, que as consequências da doença para esse grupo ainda estão sendo pesquisadas

Foto: Exibição/CNN

A varíola dos macacos pode apresentar um risco maior para crianças, em especial aquelas abaixo de 8 anos, disse Marco Aurélio Sáfadi, infectologista e presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em entrevista à CNN nesta sexta-feira (29).

“Dos mais de 21 mil casos, menos de uma centena são reportados em crianças. Contudo, o que se sabe é que as crianças são, sim, um grupo vulnerável e mais frágil às complicações da doença“, disse.

Segundo Sáfadi, “o que se sabe, de forma geral, é que a varíola dos macacos tem um risco maior de desfecho grave nos imunocomprometidos, e com as crianças pequenas, abaixo de 6 a 8 anos de idade”, continuou.

O infectologista explica, no entanto, que a evolução “tem sido boa”, mas que ainda é necessário entender o comportamento da infecção neste grupo.

Na quinta-feira (28), a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo registrou três casos de varíola dos macacos em crianças na capital.

Todas estão sendo monitoradas e não apresentam sinais de agravamento da doença.

Até quinta-feira (28), o Brasil havia registrado 1.066 casos da doença – não foi informado se os casos das crianças de São Paulo estão incluídas. Os dado foram divulgados pelo Ministério da Saúde, que passou a utilizar o termo “surto” para se referir à varíola dos macacos.

De acordo com o pediatra, ainda que o grupo mais atingido seja homens gays ou bissexuais, na faixa de 30 anos, levando em conta os mecanismos de transmissão, “é de se supor que, com o caminhar da doença, a gente comece a observar um número maior de casos em outros grupos — como crianças“, disse Sáfadi.

A varíola dos macacos é uma doença transmitida principalmente pelo contato íntimo e troca de secreção entre pessoas.

Isso quer dizer: abraço, beijos, contato sexual, compartilhamento objetos de higiene pessoal, talheres etc. Além disso, o vírus também se espalha por vias respiratórias, mas essa situação é menos comum do que a primeira. Na maior parte dos casos, a infecção não é letal, mas pode se manifestar de forma mais grave em pessoas com comorbidades.

Por Ingrid Oliveira e Ludmila Candal, da CNN em São Paulo

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