A Suframa e os avanços do interesse público

“Assim é o cenário que imaginávamos, desde que descobrimos o projeto ZFM, há mais de quarenta anos. Um conjunto de ações articuladas que tratassem as fragilidades e potencialidades – com inteligência e zelo – dessa Amazônia que não devemos deixar de, permanentemente, conhecer para amar e com ela se envolver”.

Por Nelson Azevedo (*) [email protected]

Temos insistido em registrar algumas iniciativas e conquistas da atual gestão da SUFRAMA, autarquia responsável pela distribuição e gestão dos incentivos fiscais da ZFM. Rigor, objetividade, planejamento e execução transparentes de diversas questões e situações são a marca das abordagens e de satisfação dos atores alcançados . São temas e problemas que envolvem  a economia da Amazônia Ocidental, incluem o estado do Amapá, e que merecem reconhecimento pelo evidente zelo administrativo. São ações que repercutem no cotidiano das empresas e respectivas entidades, e simbolizam o modo participativo com que os interesses comuns tem sido tratados. Quando o interesse coletivo persevera, esta ação não pode ser abandonada.

Duas décadas depois

O CBA – que agora passa a se chamar de Centro de Bionegócios da Amazônia, é um dos exemplos a ser destacado. Estamos aguardando a definição de seu modelo há mais de duas décadas. E a saída encontrada foi permitir que o setor privado assuma conta e risco da organização que, aliás, foi idealizada e concretizada, parcialmente, com os recursos do Polo Industrial de Manaus, através das taxas recolhidos por parte das empresas pelos serviços administrativos da Suframa. Doravante, as demandas regionais e mundiais de insumos e arranjos biomoleculares, preferencialmente produzidos em formatos da nanobiotecnologia, poderão  ajudar a empinar a bioeconomia e lhe conferir os passos largos esperados.

Distrito Agropecuário 

Nessa mesma direção irão as glebas do DAS, Distrito Agropecuário da Suframa, que sofreram um choque de gestão para corrigir alguns processos equivocados de quem confundiu as glebas, destinadas ao plano integrado de produção sustentável de insumos para a agroindústria em parcelas agrárias para construção de sítios e outros formatos de recreação particular. As áreas do DAS estão, agora, disponíveis para licitação e venda de acordo com os perfis dos projetos apresentados. Ou seja, estamos caminhando dentro dos critérios do projeto original que buscava integrar indústria, agricultura e comércio. Um paradigma de como é possível fazer para crescer coletivamente as empreitadas.

Inteligência e zelo

O planejamento para as próximas décadas se deu sempre respeitando essa interconexão das iniciativas. A questão logística, o perfil industrial coerente com a capacidade industrial instalada, o clima, a descarbonização, entre outras interligações, como se o projeto ZFM fosse uma trama institucional integral e integrada. E se revelou exatamente isso.  A esses avanços  se somam a abertura das empresas para as escolas e demais instituições interessadas em conhecer o que é o polo industrial de Manaus, sua história, suas atribuições e contribuições para o atendimento das demandas sociais. Assim é o cenário que imaginávamos, desde que descobrimos o projeto ZFM, há mais de quarenta anos. Um conjunto de ações articuladas que tratassem as fragilidades e potencialidades, com inteligência e zelo, dessa Amazônia que não devemos deixar de, permanentemente, conhecer para amar e com ela se envolver.

Interlocução benfazeja

Eis porque é preciso assegurar a sequência, aprimoramento e evolução do que está funcionando. O respeito às diferenças começa por aí. Não faz sentido que a questão formal dos mandatos seja superior ao interesse coletivo. O interesse permanece e os mandatos acabam. Essa é a razão da nossa reivindicação constante em favor da interlocução permanente. As entidades representativas da Indústria, com toda a razão e procedência, não devem mete-se em questões políticas partidárias. Entretanto, poderíamos ser envolvidos nos assuntos relacionados ao interesse do conjunto das empresas que geram riqueza na região. Dizendo de outro jeito: seria certamente possível manter para aperfeiçoar quaisquer ações e projetos que, decididamente, representam acertos e avanços do interesse geral. Essa é, a rigor, a tal da interlocução proveitosa e benfazeja na construção do bem comum. O benefício alcançado deve ter autoria, jamais proprietário, medida em que pertencem ao interesse público, posto que, seus atores nos órgãos e repartições são remunerados pelo conjunto dos cidadãos. Ou não?

(*) é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.

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