Wilson Lima, se quiser, detonará Pazuello e Bolsonaro na CPI

  • Colocado nas cordas do octógono em que se transformou o plenário da CPI da Pandemia, o governador Wilson Lima terá que detonar o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello se quiser salvar a própria pele depois que o general o culpou pela crise do desabastecimento de oxigênio em Manaus durante a segunda onda da Covid-19.
  • Pazuello culpou Wilson e a empresa White Martins pelo colapso hospitalar de janeiro passado, mas o governador, via SES-AM, garante que o ex-ministro foi informado da crise no dia 7 de janeiro.
  • Convocado a depor na CPI, Lima terá a oportunidade de desmentir e complicar o general perante os senadores da CPI. Se o fizer, também atingirá o presidente Jair Bolsonaro, chamado de “genocida” por causa do episódio de Manaus.

“Reserva estratégica”

    • Eis a íntegra de um trecho da fala de Pazuello na CPI sobre o colapso de Manaus: “A empresa White Martins já vinha consumindo sua reserva estratégica e não fez isso de forma clara. Essa é a primeira responsabilidade. Se a Secretaria de Saúde tivesse acompanhado de perto, teria descoberto que estaria consumindo a reserva estratégica. Vejo aí duas responsabilidades muito claras. Começa na empresa. E a outra da Secretaria e Saúde. Da nossa parte fomos muito proativos a partir do momento em que tomamos conhecimento”.

Wilson não deixou

    • Instado pelo senador Eduardo Braga sobre uma carta encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro pedindo intervenção federal no sistema de saúde do Amazonas, em janeiro, Pazuello também culpou Wilson Lima pelo fracasso da intervenção.
    • “Essa decisão não era minha, foi levada à reunião de ministros, com o presidente presente, e o governador (do Amazonas) se explicou, então foi decidido pela não intervenção”, respondeu o ex-ministro a Braga.

Marcellus avisou no dia 7

    • Em nota, o titular da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas desmontou o depoimento de Eduardo Pazuello à CPI, esclarecendo que no dia 7 de janeiro o ex-ministro foi avisado por Marcellus Campelo sobre a falta de oxigênio em Manaus.
    • A nota exime o Governo do Estado de qualquer responsabilidade pela morte de vários pacientes de Covid-19 por asfixia na capital do Estado em janeiro deste ano.

Eis a íntegra da nota:

“A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informa que, em nenhum momento no mês de dezembro de 2020, a White Martins relatou a impossibilidade de abastecer a rede estadual de saúde com oxigênio medicinal. Até dezembro de 2020, a SES-AM monitorava a demanda por oxigênio conforme relatório apresentado pela White Martins ao final de cada mês e, até então, a empresa não havia relatado dificuldades para cumprir com o contratado pelo Estado.

Somente no dia 7 de janeiro de 2021 foi que a White Martins relatou dificuldades logísticas para suprir a demanda de oxigênio da rede. Nesse mesmo dia, o secretário Marcellus Campêlo, ligou para o ministro Eduardo Pazuello para solicitar apoio logístico para o transporte de oxigênio de Belém para Manaus, atendendo o solicitado pela White Martins.

A empresa também informou à SES-AM, em reunião, que havia feito um planejamento para suprir a demanda da rede pública e privada de Manaus, diante do aumento na demanda pelo insumo, com o transporte de oxigênio de outras unidades da empresa no Brasil, apresentando inclusive um cronograma de chegada de uma balsa de Belém-PA a cada dois dias.

Ao mesmo tempo, a SES-AM iniciou contatos com outros fornecedores locais de oxigênio para garantir reservas para suprir dificuldades enfrentadas pela White Martins. Além disso, a SES-AM manteve tratativas com o Governo Federal para garantir suporte logístico para que o plano elaborado pela White Martins, de trazer oxigênio de outras plantas da empresa para Manaus.

Ainda no dia 30 de dezembro de 2020, a SES-AM encaminhou ofício ao Ministério da Saúde informando sobre as ações de enfrentamento à Covid-19 que vinham sendo adotadas pelo Estado e que, diante do aumento de casos da doença, solicitou a presença da Força Nacional do SUS para ajudar no monitoramento, orientação técnica, bem como operação local de suporte básico e avançado no atendimento à população nas unidades de saúde do Estado.

Somente no dia 13 de janeiro, após convocada pelo Comitê de Estadual de Enfrentamento da Covid-19, do Governo do Amazonas, a White Martins admitiu que não teria condições de manter o abastecimento de oxigênio. De imediato, os Governos do Estado e Federal ampliaram a força-tarefa para normalizar o fornecimento do insumo, esforços que incluíram uma série de medidas, como a ampliação do apoio logístico para transporte de oxigênio de outros estados para Manaus e a transferência de pacientes para atendimento em outras unidades da federação, entre outras medidas.

Ressalta-se que pesquisadores da Fiocruz e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), em um esforço conjunto de monitoramento genômico, identificaram a prevalência, entre o final de dezembro de 2020 e início de janeiro de 2021, de uma nova variante do novo coronavírus no Amazonas, a P1, muito mais transmissível e letal, responsável pelo aumento exponencial e recorde de internações por Covid-19 no estado.

Braga apoia o PL

    • A adesão ao requerimento foi equivocadamente protocolada como do líder do MDB, quando não poderia ter sido feita dessa forma por questões regimentais do Senado.
    • A única alternativa foi protocolar tudo novamente, desta vez como sendo do senador Eduardo Braga e não como líder partidário.

Resolvido!

    • O senador Eduardo Braga afirma: Tudo já está devidamente resolvido e esclarecido: defendo o PL 2564/2020, assinei o pedido de urgência e vou defender”.

Marcus Lacerda

    • O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou os ataques e a tentativa de difamação ao médico Marcus Lacerda, que comprovou através de um estudo científico, pelo Hospital de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado, a ineficiência da cloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19.
    • O medicamento é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no tratamento precoce da doença e foi polemizado na CPI da Pandemia do Senado.

Cloroquina como teste

    • Lacerda, segundo Serafim, foi alvo de uma responsabilidade negativa pelas mortes de pessoas que autorizaram a fazer o tratamento com cloroquina como teste.
    • “Lacerda não é o responsável por isso. Houve a prova da ineficácia e isso ficou muito claro. Sempre existem políticos que querem tripudiar sobre a ciência e ele foi alvo de uma dessas situações”, explicou.

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