Wilson Lima derruba Bolsonaro se entregar Pazuello na CPI

  • Com o mandato na marca do pênalti, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) terá que pressionar muito o governador Wilson Lima (PSC) se quiser sobreviver no Palácio do Planalto. O capitão estará perdido se Wilson confirmar, na CPI da Pandemia, que o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, soube da falta de oxigênio medicinal no Amazonas antes da crise se agravar e alarmar o país.
  • O próprio general chegou a admitir ao Jornal Folha de São Paulo, no dia 18 de janeiro, que fora avisado do problema no dia 8, após a divulgação de uma carta da empresa White Martins.

Desmentido ao STF

    • No dia 1º de março, temendo a pressão do Supremo Tribunal Federal, o governo Bolsonaro negou que Pazuello tivesse sido informado sobre o colapso do oxigênio em 8 de janeiro a partir de um e-mail enviado pela White Martins.
    • A nova data passou a ser 17 de janeiro via mensagens eletrônicas enviadas pela secretaria de Saúde do Amazonas à secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde. Foi só a partir daí que Pazuello ficaria sabendo do colapso.

Vai cair?

    • Por isso tudo, a manifestação de Wilson Lima à CPI da Pandemia será determinante para a sobrevivência ou queda de Bolsonaro do Palácio do Planalto.
    • O presidente certamente teme o que Wilson Lima dirá oficialmente à CPI. E o temor não é pouco, tendo em vista a agonia do capitão com uma queixa-crime cujo julgamento pelo colegiado no STF a ministra Carmen Lúcia pressiona para que aconteça logo, focando responsabilidades de Bolsonaro na pandemia, além de um pedido de impeachment já oficializado pela OAB no Congresso Nacional.

Plínio na contramão

    • O senador Plínio Valério (PSDB) simplesmente ignorou as mais de 4 mil mortes de amazonenses ocorridas na crise da falta de oxigênio medicinal no Amazonas ao criticar a instalação da CPI da Pandemia.
    • Ele vem defendendo insistentemente uma CPI contra ministros do STF, mas tem esquecido o Estado totalmente em seus discursos.

Assinou a CPI

    • Vale ressaltar que Plínio Valério assinou o pedido de CPI da Pandemia, junto com os outros dois senadores amazonenses, Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB).
    • Em mensagem à coluna, um internauta escreveu que a cabeça do senador tucano mais parece o adágio popular: “cabeça de juiz e bunda de bebê”, ninguém sabe o que vai sair.

Braga relator

    • O senador Eduardo Braga (MDB) é o mais cotado para assumir a relatoria da CPI da Pandemia. Mas, essa indicação depende de um entendimento unificado dos 15 senadores emedebistas.
    • Além de Braga, há a possibilidade do senador Renan Calheiros (AL) ser o relator, o que o Planalto quer evitar. O partido tem 10 dias para indicar os integrantes da CPI.

PSD indica Omar

    • A segunda maior bancada do Senado é do PSD, do senador Omar Aziz, que pretende indicá-lo para integrar a CPI da Pandemia.
    • No seu discurso de terça-feira (13), Omar foi bastante duro na sua fala, chegando a citar o popular “quem for podre que se quebre”, talvez um recado ao governador Wilson Lima (PSC), que sempre esteve no epicentro da tragédia.

Wilson sem apoio

    • A posição de Omar é interpretada por políticos amazonenses como um sinal que o apoio do senador a Wilson Lima azedou de vez.
    • Isso deve deixar Lima com as barbas de molho, uma vez que a CPI foi motivada pela crise do oxigênio no Amazonas. Há quem diga que Omar continua bastante irritado com o governador, que se uniu com o ex-candidato a prefeito, Alfredo Menezes (Patriota).

Na encruzilhada

    • Falando em Omar Aziz, o senador se vê em uma encruzilhada bem difícil para garantir a sua reeleição em 2022.
    • Primeiro, a mística de “ninguém” ter sido reeleito na vaga de 1/3, e segundo, a liderança nas pesquisas do ex-governador Amazonino Mendes (Podemos) para ocupar a vaga. Omar seria o quinto de acordo com uma pesquisa divulgada nas redes sociais.

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