Feliz Ano Novo?

Como desejar um ano novo feliz aos meus semelhantes depois de vivermos e sofrermos a maior pandemia de que se tem notícia no planeta Terra ? Não serei hipócrita nem escarnecedor.

Como vou desejar um ano novo feliz para aqueles que, como Jair Bolsonaro, tripudiaram sobre os protocolos sanitários, desdenhando do uso de máscaras e negando o distanciamento social?

Como vou, também, desejar feliz ano novo aos chineses, que criaram o coronavírus para conturbar a economia internacional em seu próprio benefício, já tendo lucrado bilhões de dólares com a pandemia?

Logo, não tenho direito nem motivo algum para direcionar, neste momento, votos de felicidades a nenhum habitante planetário, pela simples razão de me recusar à hipocrisia. Dói-me a constatação de que meu país chegou a marca tétrica de 8 milhões de infectados. Dói-me a saudade de tantos irmãos que partiram deste plano terrestre sem saber o real fundamento da doença que, de repente, lhes arrebatou as vidas.

Dói-me ver os jornais, ou ler os portais de notícias, e derramar as poucas lágrimas que ainda me restam para lamentar o saldo da pandemia: em torno de 40 milhões de trabalhadores informais jogados nas sarjetas do meu país, condenados, com vacina ou não, à morte por inanição, vítimas da negligência de quem jamais quis sair de seus cuidados para oferecer um Plano Nacional de Política Sanitária ao país massacrado pela Covid-19.

Então, meus irmãos, bom senso a todos em 2021, é o que lhes desejo do mais profundo do meu coração!

Por Juscelino Taketomi

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