Amazônia, o entretanto e o finalmente

Falta comunicação e o saudável hábito da repartição na Aritmética inteligente que transforma a divisão de habilidades na multiplicação de novas oportunidades de emancipação das cadeias de dependência que nos impõe imobilização.

Por Nelson Azevedo (*)

A Amazônia segue na berlinda mundial dos questionamentos enquanto a economia regional, em clima de finalmente no que se refere ao estado do Amazonas, tem um alvo nas costas, que provoca impulsos predatórios e de agressão. Um jogo que não precisamos jogar, principalmente contra quem só está disposto a denegrir. Com efeito, tem sido pouco eficaz a querela sobre a economia da Zona Franca de Manaus, sua defesa e necessidade de persuadir daqueles que nos satanizam e, sequer, se dispõem a nos ouvir. Como se tivéssemos algo a ocultar. Não há. Precisamos levar adiante aquilo que sabemos fazer: gerar mais de 500 mil empregos, renda, tributos e oportunidades, sem deixar de prestar contas ao contribuinte, do qual utilizamos menos de 8% do bolo de incentivos fiscais.

Independência fabril

E quais são as condições de que precisamos para aprimorar o processo produtivo no sentido de conferir inovação tecnológica que nos permita reduzir, drasticamente, a dependência local e continental da cadeia asiática de suprimentos? Uma das estratégias é aproveitar o ambiente das entidades de classe, no nosso caso, a indústria, para solidificar parcerias em ações produtivas. Foi o que fizemos em Manaus, em 2020, para enfrentar a pandemia e resguardar a economia. Afinal, ela não se acabou mas deixou lições que não podemos desperdiçar. Uma delas é conhecer, cooperativamente, o que fazem nossos vizinhos de fábrica. Foi assim que aprendemos a produzir EPIs, álcool em gel, respiradores e também pesquisadores que, diante do desafio, puseram suas habilidades em ação, incluindo as desconhecidas e as deixadas de sobreaviso para eventuais emergências.

Capacidade instalada

Muitos de nós desconhecíamos a capacidade fabril instalada no pólo industrial de Manaus. Provavelmente muitos suprimentos que paralisaram nossas fábricas poderiam ser produzidos em casa, sem muito mistério ou complicação. Falta comunicação e o saudável hábito da repartição na Aritmética inteligente que transforma a divisão de habilidades na multiplicação de novas oportunidades de emancipação das cadeias de dependência que nos impõe imobilização.

Por ordem no coreto

Na correria, talvez, não nos sobre tempo para formatar saídas ou buscar alternativas que certamente existem e estão à disposição. Precisamos, apenas, organizar o coreto da mobilização geral. Temos as entidades de classe, as autarquias e instituições de ensino, pesquisa e serviços, tanto da própria indústria  como aquelas que o setor privado financia, como é o caso da UEA, Universidade do Estado do Amazonas, para quem precisamos contar a colaboração de que precisamos,  o perfil tecnológico que são demandados  para contratação e integração de propósitos.

Tecnologia e tecnólogos

Essa cooperação institucional e funcional, no caso da UEA, tem clara motivação e razão de ser movimentada. Afinal, se as empresas passam a ser mais produtivas e a planta industrial mais adensada e diversificada, mais recursos a Lei determina que sejam repassados aos campi da instituição. A modalidade de especialistas tecnólogos, desejável em muitas áreas, nos permitiria sofisticar nossas cadeias produtivas e adensar sua interação com os segmentos complementares do setor produtivo.

Planejamento holístico

Um exemplo que salta aos olhos, e que é preciso aplaudir, são estes dois anos de atuação da equipe da Suframa, a superintendência, seus adjuntos e o corpo técnico propriamente dito. Eles estão planejando, programando e agindo holisticamente, ou seja, com visão da totalidade do setor produtivo nos três nichos de geração de negócios e oportunidades sem desconectar das demandas do contexto social e cuidados ambientais. E não há outro jeito de defender a discreta compensação fiscal de que precisamos para encarar os embaraços que nos engasgam na infraestrutura sem competitividade e que nos atrasa.

Ordem e prosperidade

Por fim,  se não basta ter a Lei a nosso favor, que sejam considerados os riscos das atividades crescentes e insistentes que florescem à margem da Lei e buscam desacatar a ordem vigente. Nossa proposta conjunta e irrefutável tem tudo para se sobrepor, tanto a favor da região como em aditamento à ordem e à prosperidade nacional, coerente e natural, na ótica do interesse civil.

(*) Nelson é economista , empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica , Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus , Conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.