Bolsonaro será culpado pelo “apagão” de vacinas

  • Em artigo na Folha de São Paulo, o jornalista Vinicius Torres Freire estima que não haverá celeridade na entrega de vacinas contra a Covid-19 até junho.
  • “É uma desgraça, pois estão morrendo mais de 2.300 pessoas por dia no país”, escreveu o jornalista, para quem o presidente Jair Bolsonaro deverá ser responsabilizado pelo “apagão” em razão de seus recentes ataques à China, que, por isso poderá atrasar o envio de matéria-prima ao Instituto Butantan.
  • “Graças outra vez a Bolsonaro, a coisa pode piorar”, critica Vinícius.

Cronograma “furado”

    • De acordo com Vinicius Freire, a perspectiva do cronograma da vacinação é que até o final de junho cheguem doses bastantes para vacinar quase 100% das pessoas dos grupos de risco do Programa Nacional de Imunização, pouco mais de 77 milhões de pessoas.
    • “Esse cronograma depende da entrega de mais 4 milhões de doses do consórcio Covax em maio. Depende da chegada de mais de 11 milhões de vacinas da Pifizer/BioNTeich em junho. Há uma promessa de que cheguem 15 milhões de doses no primeiro semestre. Mas chegou apenas 1 milhão em abril e o Governo Federal estima que venham só mais 2,5 milhões neste maio”.

Governadores

    • Wellington Dias (PT-PI), presidente do Fórum dos Governadores, pediu uma audiência virtual com o embaixador da China, Yang Wanming, para amenizar os efeitos das novas manifestações intempestivas de Jair Bolsonaro contra os chineses.
    • Os governadores desejam esclarecer que discordam de Bolsonaro e vão apelar em favor da normalização do envio dos insumos chineses à produção de vacinas no Brasil.

Vai faltar matéria-prima

    • O governador piauiense Wellington Dias diz até o próximo dia 14 haverá a entrega de um lote de vacinas que totaliza 5 milhões de doses.
    • Depois disso será a incerteza, avisa o governador, em virtude da ausência de matéria-prima para produzir os imunizantes.

“O Brasil não pode parar”

    • O presidente Jair Bolsonaro disse durante a inauguração da Ponte do Abunã, que liga o Acre a Rondônia, que, com a conclusão da obra, o custo do transporte para o Acre reduzirá em 5%.
    • Na oportunidade, Bolsonaro voltou a criticar o fechamento de comércios, como medida de combate à pandemia, e disse que, se necessário, usará as Forças Armadas para garantir “respeito, ordem e justiça” à população. “Estamos unindo o Acre ao resto do país. Vocês que construíram a ponte não pararam durante a pandemia. Meus parabéns a vocês. O Brasil não pode parar”, disse.

Mourão exagera

    • Para a Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialistas em Meio Ambiente (Ascema), o vice-presidente Hamilton Mourão exagerou ao culpar os órgãos ambientais por não ajudarem com efetividade as Forças Armadas nas operações contra desmatamento e queimadas na Amazônia.
    • Segundo a entidade, o general esquece que o Governo Federal cortou recursos orçamentários e reduziu o contingente dos órgãos ambientais.
    • Em 2010, o Ibama contava com cerca de 1.600 fiscais. Hoje, o contingente caiu para menos de 600 no país.

Quebra de patentes

    • A decisão do governo de Joe Biden de apoiar a suspensão de direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas contra covid-19 foi destacada pelo deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) na Assembleia Legislativa do Amazonas.
    • A decisão, que fortalece proposta de países como Índia e África do Sul na Organização Mundial do Comércio (OMC), foi classificada por Serafim como “um ato histórico e humanitário, indo na contramão da postura de vassalagem do governo Bolsonaro”.
    • A ideia de países em desenvolvimento é facilitar a transferência de tecnologia e possibilitar a produção das vacinas em nações que estão atrás na corrida pela imunização.

CPI capenga

    • Na visão de alguns analistas, a CPI da Pandemia corre o risco de se igualar ao governo Jair Bolsonaro na condução dos seus trabalhos, que se ressentem da presença de um corpo técnico competente.
    • Conforme a atual marcha da comissão, Omar Aziz, Renan Calheiros e seus companheiros ou recorrem a infectologistas, sanitaristas e especialistas em saúde pública e no funcionamento do SUS para assessorá-los ou, então, vão continuar se expondo ao ridículo no direcionamento de perguntas dúbias, às vezes circenses, às autoridades chamadas a depor.

“Judicialização”

    • Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, o voto impresso criaria um clima de “judicialização” do resultado das eleições no país.
    • A PEC, que traz a novidade, está em plena tramitação no Congresso Nacional, de de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada do presidente Bolsonaro.

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