Silvia Waiãpi, sobre as ONGs: ‘Condenam um povo a viver em 1500’

Deputada federal participou do programa Oeste Sem Filtro e falou sobre a CPI das ONGs

Para a parlamentar, a atuação das ONGs em território indígena não contribui para a melhora de vida dos integrantes das aldeias - Foto: Reprodução/Revista Oeste

O primeiro objetivo da CPI é dar maior transparência às verbas recebidas pelo Fundo Amazônia e às verbas que mantêm organizações não governamentais que atuam na região. Além disso, há o interesse em detalhar como os recursos arrecadados, que têm a preservação da Floresta Amazônica como justificativa, são usados.

O presidente da comissão, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), ressaltou que o “aparelhamento” de ONGs e a defesa da soberania nacional são temas balizadores dos trabalhos. “Esta CPI não é para demonizar ONGs”, disse o parlamentar. “Queremos satisfazer os amazônicos que não aguentam mais ONGs que prestam um desserviço ao país. Vamos atrás de ONGs que pegam dinheiro em nome da Amazônia e que não devolvem nada que presta em troca.”

Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro desta segunda-feira, 10, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) ressaltou a importância da CPI na defesa da soberania nacional. “Soberania não se negocia, não se empresta e muito menos se abre mão.”

Para a deputada, a atuação das ONGs em território indígena não contribui para a melhora de vida dos integrantes das aldeias. “Essas organizações têm interferido no desenvolvimento econômico do Brasil”. Silvia Waiãpi ressaltou ainda que o que é feito hoje “condena um povo a viver em 1500”. Nesse sentido, ela lançou uma pergunta: “Quem lucra com isso? É cruel.”

Desinteresse da Funai

Interpelada sobre o indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tserere, preso desde 12 de dezembro do ano passado, a deputada lembra do caso que envolveu um parente da atual ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (Psol), que foi preso com mais 2 toneladas de maconha. Nesse sentido, Silvia lançou uma questão.

“Nós vemos o completo desinteresse da Funai”, disse a deputada. “Vemos o completo desinteresse do Ministério dos Povos Indígenas em proteger o direto a liberdade do Tserere”, continuou Silvia. “Que crime ele cometeu? Ele não poderia falar? Não poderia questionar? Ele não pode ser protegido pelo Ministério dos Povos Indígenas porque pensa diferente?”, disse a parlamentar.

Além de indígenas e agricultores da região, a CPI convidou, para responder sobre as questões da Amazônia e das ONGs que atuam na floresta, as seguintes pessoas: 

    • O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo;
    • Técnicos do Tribunal de Contas da União — que deveriam apurar os gastos do governo federal na região;
    • Marcelo Pereira, conselheiro da área de prestação ambiental Triunfo do Xingu, no Pará;
    • Manoel Correa, cacique da aldeia Bragança;
    • Luciene Kayabi, liderança do movimento Agroindígena;
    • O indígena Valdeci Baniwa, líder da comunidade que leva seu sobrenome e que denunciou suposto descaso das ONGs com tribos que dizem representar;
    • Representantes da empresa Natura; e
    • Membros da Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós.

Acompanhe a íntegra da entrevista da deputada Silvia Waiãpi sobre CPI das ONGs na Amazônia

Fonte: https://revistaoeste.com/politica/silvia-waiapi-sobre-as-ongs-condenam-um-povo-a-viver-em-1500/

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