Rússia testa novo míssil com capacidade nuclear: ‘Dará o que pensar aos que tentam ameaçar nosso país’, diz Putin

Segundo comunicado do Ministério da Defesa russo, arma foi lançada do Noroeste do país e atingiu alvos em península no extremo Leste

Foto: Reprodução

O governo russo disse que testou o lançamento de seu novo míssil com capacidade nuclear, o Sarmat , uma arma estratégica que, segundo o presidente Vladimir Putin, não tem semelhante em outros lugares e que “dará o que pensar aos que tentam ameaçar nosso país”.

O míssil está em desenvolvimento há anos e, portanto, seu lançamento de teste não é uma surpresa para o Ocidente, mas ocorre em um momento de extrema tensão geopolítica devido à guerra da Rússia na Ucrânia.

Imagens de TV mostraram Putin sendo informado pelos militares de que o míssil balístico intercontinental havia sido lançado de Plesetsk, no Noroeste do país, e atingido alvos a quase 6 mil quilômetros na Península de Kamchatka, no Extremo Oriente, segundo comunicado do Ministério da Defesa russo.

“O novo complexo tem as mais altas características táticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa antimísseis. Não há análogos no mundo e não haverá por muito tempo”, disse Putin. — Esta arma verdadeiramente única fortalecerá o potencial de combate das nossas Forças Armadas, garantirá de maneira confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas e dará o que pensar para aqueles que, no calor da retórica agressiva frenética, tentam ameaçar nosso país.

O Sarmat é um novo míssil balístico intercontinental pesado que, segundo a Rússia, pode carregar várias ogivas nucleares. De acordo com o Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA, Moscou pode carregar cada míssil com dez ou mais ogivas.

“Ressalto que, na criação do Sarmat, foram utilizados apenas conjuntos, componentes e peças de produção nacional”,  afirmou o presidente russo.

As forças “estratégicas”, em sua definição mais ampla, são projetadas, entre outras coisas, para intervir em caso de guerra nuclear. A arma faz parte de uma série de outros mísseis apresentados em 2018 como “invencíveis” por Putin. Entre eles estão os mísseis hipersônicos Avangard e Kinjal — este, segundo disse Moscou em março, foi utilizado pela primeira vez contra alvos na Ucrânia.

“Quando o programa de testes terminar, o Sarmat se tornará parte das forças estratégicas russas”, afirmou em um vídeo Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa Russo.

Não é a primeira vez em que Putin faz menção a armas nucleares desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Três dias depois, em meio  ao anúncio de sanções ocidentais e de envio de armas à Ucrânia, ele ordenou que as forças de dissuasão nuclear russas fossem postas em alerta máximo. A medida foi tomada, segundo o presidente, como resposta a “declarações agressivas” dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental liderada pelos  Estados Unidos. Desde os primeiros dias de guerra, Putin começou a  ameaçar países estrangeiros com “consequências que jamais viram” no caso de qualquer interferência nas ações militares de seu país na Ucrânia.

Pesando mais de 200 toneladas, o Sarmat teoricamente alcança melhores resultados que seu antecessor, o míssil Voevoda, com alcance de 11 mil quilômetros. Em 2019, Putin disse que o Sarmat não tinha “praticamente nenhum limite de alcance ”e era capaz de  “atingir objetivos ao longo dos polos norte e sul”.

Ao lançar a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, Putin fez uma referência direta às forças nucleares da Rússia e alertou o Ocidente de que qualquer tentativa de entrar em seu caminho “levaria a consequências nunca enfrentadas em sua história”.

Dias depois, ele ordenou que as forças nucleares da Rússia fossem colocadas em alerta máximo, levantando preocupações. O governo dos EUA, no entanto, disse que “não via motivo para mudar nossos próprios níveis de alerta nuclear”, dimuindo as tensões de um possível conflito nuclear.

O Pentágono disse nesta quarta que o governo americano foi “notificado adequadamente” antes do teste, acrescentando que vê o lançamento como rotina e não como uma ameaça para os EUA.

Fonte: O Globo

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