Presidente da Fundação Palmares ataca primeira mulher negra eleita pela UNE

A amazonense Bruna Brelaz foi eleita presidente da UNE no domingo (18); a entidade participou ativamente no impeachment do ex-presidente Collor em 1992

Presidente eleita da UNE, Bruna Brelaz / Presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo – Fotos: Divulgação

O presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo, comentou nas redes sociais sobre a cor da pele da presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, eleita no domingo (18). Para alguns internautas, este foi mais um ataque racista.

Ontem (19), Camargo contestou a manchete do site Uol que trazia o seguinte título: “UNE elege mulher negra como presidente pela primeira vez na história”. Nas redes sociais ele postou o seguinte comentário: “Negra fake. Negro de verdade sou eu. Em comparação ela é, se tanto, parda clara. Na esquerda muitos se auto declaram negros para posar de vítima. Isso rende frutos políticos”, comentou o presidente da Fundação Palmares.

Atenta, Bruna Brelaz rebateu: “O gabinete do ódio tenta deslegitimar a luta antirracista. Deve ser difícil ver uma mulher negra, nortista, liderando os estudantes. Seremos o pesadelo de Bolsonaro e tomaremos as ruas”, comentou.

Essa é a primeira vez que a UNE, em 84 anos de história, elege uma mulher negra como presidente. Bruna Chaves Brelaz tem 26 anos e está na sua segunda graduação. Ela cursa Direito. “Nossa luta é contra o racismo estrutural e contra essa milícia que está no poder. Não vou aceitar qualquer questionamento sobre minha identidade com o intuito de deslegitimar a luta antirracista”, completa a nova presidente da UNE.

Em 1992, a UNE foi uma das entidades mais importantes no “Fora Collor”, que culminou com o impeachment do então presidente da República.

Amigo do presidente Jair Bolsonaro, Sérgio Camargo, também é crítico de Zumbi dos Palmares. Em 2020, ele foi gravado xingando Zumbi dos Palmares, afirmando que o líder quilombola era quem escravizava pretos”.

Com toda essa narrativa, cabe mais uma reflexão sobre os limites da democracia, da liberdade de expressão, da intolerância, da polarização, da injúria e difamação. Nesse cenário, onde cabe aplicar a Constituição para voltar a ter Ordem e Progresso no Brasil?

Da Redação (com informações do Portal de Amazônia)

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