Forças de segurança do Haiti anunciaram nesta quinta-feira (8) que estão presos 6 suspeitos de assassinar a tiros o presidente do país, Jovenel Moise, na madrugada de quarta-feira (7). A agência Associated Press, citando fontes do governo, disse que duas pessoas com cidadania nos Estados Unidos estão entre os detidos. Um deles seria um ex-guarda-costas da embaixada canadense.
Segundo a agência de notícias Reuters, imagens transmitidas ao vivo por vários meios de comunicação haitianos mostraram o momento das prisões.
Autoridades disseram que a polícia e o exército cercaram o grupo desde quarta e conseguiram prendê-los após intensa troca de tiros. Ao todo, sete pessoas considerada suspeitas no complô e no assassinato foram mortas.
Centenas de moradores gritavam do lado de fora da delegacia para onde os suspeitos foram levados, na capital Porto Príncipe, gritando “queimem-nos” e ateando fogo a um veículo que seria dos assassinos, de acordo com a Reuters.
A polícia haitiana já havia divulgado na noite de ontem a prisão de dois mercenários e a morte de outros quatro que estariam envolvidos na execução de Moise (veja no vídeo abaixo). Três policiais que eram mantidos como reféns foram libertados.
Laurent Lamothe, ex-primeiro-ministro do Haiti, divulgou nas redes sociais nesta quinta uma imagem de dois suspeitos presos. Não está claro se a foto é dos detidos de ontem ou de hoje.
Lamonthe afirmou que eles são mercenários estrangeiros e “importantes testemunhas para determinar quem os pagou para matar nosso presidente” (veja na imagem abaixo).
O ex-premiê ocupou o cargo entre 2012 e 2014.
Presidente assassinado
Jovenel Moise foi morto a tiros em sua casa, na capital Porto Príncipe, na madrugada de quarta. A primeira-dama, Martine Moise, foi baleada, hospitalizada e depois transferida para os Estados Unidos, onde está internada em estado grave (porém estável).
O Haiti vive uma grave crise política, econômica e social (veja no vídeo abaixo), com aumento da violência e da pobreza e o governo incapaz de combater a pandemia e de aplicar um programa de imunização contra a Covid-19.
Além disso, Moise dissolveu o Parlamento e governava por decreto há mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas, e queria promover uma polêmica reforma constitucional.
Desde que assumiu o cargo, em 2017, Moise enfrentou protestos em massa contra seu governo —primeiro por alegações de corrupção e por sua gestão da economia, depois por seu crescente controle do poder.
Em fevereiro, autoridades do país disseram ter frustrado uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente, que também seria alvo de um atentado malsucedido.
Por G1