Os novos depoimentos da CPI das ONGs

Senadores ouvirão lideranças indígenas e produtores

O relator da CPI das ONGs, Márcio Bittar (esq), o presidente da comissão, Plínio Valério (centro), e demais membros, durante a abertura da CPI - 15/06/2023 - Foto: Wallace Martins | Estadão Conteúdo

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs ouvirá, às 11 horas desta terça-feira, 4, depoimentos de indígenas e agricultores da região Norte do país. Na próxima semana, espera-se a presença de Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa. Também a CPI vai votar requerimentos para convocar técnicos do Tribunal de Contas da União.

“Vamos ouvir mais um segmento invisível atingido pela atuação dessas ONGs para, mais uma vez, colocar ao país essa realidade”, disse o senador Plínio Valério (PSDB-AM), presidente da CPI.

Serão ouvidos hoje Marcelo Pereira, conselheiro da área de prestação ambiental triunfo do Xingu, no Pará, e Manoel Correa, cacique da aldeia Bragança, Manoel dos Santos Correa. A comunidade fica em Santarém (PA). O convidado é uma das lideranças que lutou pela demarcação da terra e pelos interesses da comunidade. Luciene Kayabi, liderança do movimento Agroindígena, compõe a lista de convidados. A mulher acusa ONGs de impedir o progresso de tribos.

Indígenas fazem denúncia à CPI das ONGs

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O indígena Valdeci Baniwa, líder da comunidade que leva seu sobrenome, durante audiência na CPI das ONGs – 27/06/2023 – Foto: Reprodução

Durante depoimento à CPI das ONGs, na semana passada, o indígena Valdeci Baniwa, líder da comunidade que leva seu sobrenome, denunciou suposto descaso das ONGs com tribos que dizem representar.

“As ONGs dizem falar em nome de 23 indígenas, mas, em nenhum momento, vimos melhorias nas condições de vida dessa gente”, disse, nesta terça-feira, 27. “Não sabemos onde os recursos estão sendo aplicados ou quem é beneficiado. Nossas condições de vida são precárias. A maioria das pessoas vive do Bolsa Família.”

Segundo Baniwa, os indígenas desconhecem até mesmo os diretores das ONGs. “Não estamos recebendo nada”, informou, na CPI das ONGs. “Até mesmo nas assembleias, quando acabam, os projetos que sugerimos são engavetadas e não chegam ao conhecimento do governo. Por falta de ajuda, as comunidades estão arrumando outro caminho.”

Fonte: https://revistaoeste.com/politica/os-novos-depoimentos-da-cpi-das-ongs/

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