Haddad reforça compromisso fiscal em Davos e diz que Brasil vai combater extremismo

O ministro vê o presidente Lula mais fortalecido depois dos protestos

Foto: Divulgação

Recém-chegado a Davos para participar do Fórum Econômico Mundial, o ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, disse que o novo governo Lula tem três importantes recados para passar à comunidade internacional.

“O primeiro é o político. Vamos dar suporte para as jornadas democráticas que o mundo está vivendo, sobretudo na América do Sul, mas reforçando o compromisso do Brasil no combate a todo tipo de extremismo, que vem dando a tônica no último período.” O segundo ponto a ser debatido no evento em Davos será a questão econômica. “É a retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal, ambiental e justiça social”, disse Haddad. Segundo ele, esse é o modelo de economia que o governo Lula defende.

Junto com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), Haddad também quer mostrar ao mundo a dimensão que a sustentabilidade ambiental ganhou e que o Brasil tem muito a oferecer. “Não apenas em termos da retomada dos compromissos históricos do Brasil no combate ao desmatamento e energia renovável, mas também na pauta do desenvolvimento. Nós podemos pensar na reindustrialização do Brasil com base na sustentabilidade”, disse.

O ministro também criticou os movimentos golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se recusam a reconhecer o resultado das urnas, mas disse que as instituições brasileiras agiram de forma rápida.

“O fato de que, no dia seguinte, houve uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal, o afastamento judicial do governador Ibaneis Rocha (MDB), a visita dos 27 governadores a Brasília, que se reuniram com os Três Poderes da República num gesto de compromisso com a Constituição e agenda democrática, mostra uma resposta muito rápida. Além do repúdio popular. Em 24 horas, a coisa estava sob controle e mais de 90% da população, pelas enquetes feitas, repudiaram o gesto dos terroristas. Não é uma coisa trivial. É uma demonstração clara que o Brasil tem compromisso com resultado eleitoral, com as regras democráticas, com as liberdades individuais, respeitadas as garantias constitucionais.”

O ministro da Fazenda vê o gesto como uma demonstração de maturidade institucional que foi dada logo na inauguração do mandato do presidente de Lula. “Na minha opinião, deveria ser recebida com o mesmo grau de surpresa que foi o gesto dos derrotados em fazer aquilo de maneira totalmente indesculpável.”

Haddad vê o Congresso com muita receptividade depois dos atos golpistas e não acredita que a oposição possa criar dificuldades em relação aos planos econômicos do governo. O ministro vê o presidente Lula mais fortalecido depois dos protestos. “E a agenda internacional do Lula vai reforçar muito isso”, disse Haddad.

O ministro chegou às 13h40 do horário local (9h40 de Brasília), no hotel SunStar, onde ficará hospedado, e terá ainda hoje duas reuniões. Ele terá um encontro com Achim Steiner, chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e depois participa de uma reunião com Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Essas conversas ocorrerão no hotel, onde ele está hospedado.

A partir de terça-feira, Haddad terá uma agenda mais apertada. Ela vai participar junto com a ministra Marina Silva de um painel no Fórum Econômico Mundial para falar sobre os novos desafios do Brasil. Essa apresentação será feita no início da tarde de amanhã.

O ministro também vai participar de um almoço privado com executivos do banco Itaú e de um jantar a convite do BTG Pactual. Nesses encontros privados, Haddad deverá explicar o plano econômico do governo. Empresários e a Faria Lima estão tentando entender as principais diretrizes fiscais do novo governo.

O ministro reforçou o compromisso do governo brasileiro com a responsabilidade fiscal e diz entender a ansiedade do setor privado, financeiro e dos investidores. “A ansiedade vai ser controlada com as medidas que serão tomada e vão na direção que o presidente Lula anunciou na campanha”, afirmou.

Fonte: Valor Econômico

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