Sabe aquela fome de nervoso, que não se contenta com uma frutinha? Ela precisa de pães, doces, refrigerantes, hambúrgueres. É a chamada fome emocional, ativada pelo estresse e pela ansiedade, que desperta o sistema de recompensa, o velho e bom ‘eu mereço’, e que detona qualquer projeto de alimentação saudável.
Segundo Elaine Dias, PhD em endocrinologia pela USP e autora de um protocolo de emagrecimento exclusivo, o distúrbio de compulsão alimentar periódico está muito relacionado ao estresse e à ansiedade. “Os principais gatilhos para esse distúrbio são momentos de muito estresse que levam a pessoa a comer uma grande quantidade de comida e, geralmente, muito calórica em pouco tempo. Logo na sequência, surge o arrependimento e o autojulgamento”, comenta.
O estresse é disparador de diversos hormônios, como o cortisol, grelina adrenalina, noradrenalina, entre outros. “Nossa genética é dos homo sapiens, quando o corpo entra em contato com esses hormônios aumenta fome pois o organismo se prepara para uma guerra. Mas hoje em dia é uma guerra psicológica”, explica a médica.
O tratamento de quem e stá sob estresse temde ser feito por uma equipe disciplinar, com terapeuta, endócrino, personal trainer e terapias comportamentais. “É preciso criar um ambiente magro na casa, deixar, por exemplo, uma fruteira bem bonita na sala.” E os aplicativos de comida, que deixão qualquer gordice à distância de um clique? Dias é categórica: desinstale os aplicativos.
A médica também recomenda fazer um planejamento das refeições, com direito a uma gavetinha de coisas saudável para quem trabalha de forma presencial. “Tente não comer com as mãos”, alerta.
“Infelizmente, os pacientes obesos sofrem muito preconceito da sociedade e passam constrangimentos diários, sendo esse um dos gatilhos para compulsão alimentar através do estresse”, diz a médica.
A médica ressalta que a busca por ajuda surge quando a pessoa não está feliz com ela mesma, se sentindo mal, cansada, desanimada e já está causando algum problema de saúde, como diabetes, hipertensão, artrose, colesterol elevado e esteatose hepática. Dias listou seis passos de uma rotina simples que podem evitar que o estresse cause a compulsão alimentar.
SÃO ELAS
- Realizar atividades físicas de forma regular;
- Dormir de 7 a 9 horas por noite;
- Evitar ir tarde da noite para a cama;
- Realizar a higiene do sono;
- Ingerir comidas saudáveis,
- Inserir a meditação na rotina diária.
Em relação ao consumo de alimentos ideais, a médica enfatiza a importância do descascar mais e abrir menos. “Ingerir o máximo possível de alimentos não industrializados, frescos e naturais, evitando opções que são fabricadas e, principalmente, os ultras processados e ricos em gordura trans. Esses alimentos levam a inflamação do nosso corpo, piorando o hormônio do estresse”, finaliza.
Fonte: https://delas.ig.com.br/alimentacao-e-bem-estar/2022-09-23/entenda-a-relacao-do-estresse-e-da-compulsao-alimentar.html