Dólar fecha em alta, a R$ 5,322, mas acumula perda; Bolsa sobe 0,49%

Foto: Dado Ruvic/Reuters

Hoje, o dólar fechou em alta de 0,5%, cotado a R$ 5,322 na venda. O valor de ontem foi inferior, com fechamento de R$ 5,295 e, mesmo assim, a moeda norte-americana registrou sua quarta semana consecutiva de perdas contra o real. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), terminou o dia em alta de 0,49%, aos 112.244,94 pontos. Assim, a variação da semana teve de aumento de 0,3%.

Isso porque o dólar está em processo de desvalorização no exterior, enquanto sinais do mercado de trabalho dos Estados Unidos apresentam recuperação dos impactos da pandemia da covid-19 e alertam para o eventual encerramento de auxílio monetário em decorrência do coronavírus.

Ante a semana passada, o dólar apresentou queda de 1,26%. No comparado com janeiro, a moeda norte-americana teve alta de 0,3% e, em relação a 2021, caiu em 4,55%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Quarta semana de desvalorização

O dólar fechou hoje um recuo semanal de 1,26%, o quarto consecutivo, após terminar a última sexta-feira em R$ 5,392 na venda. Até agora no ano, a divisa norte-americana acumula queda de quase 5% contra o real.

Parte dos mercados atribuiu a desvalorização recente da moeda norte-americana a comentários mais amenos de algumas autoridades do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, em relação a seu iminente ciclo de altas de juros.

Elas disseram no início da semana ser claramente hora de o banco central começar a remover o apoio econômico, mas afirmaram que o ritmo exato e o momento desses movimentos dependeriam do que acontece com a inflação e a economia mais ampla.

Aumentos nas taxas de empréstimo nos EUA são, no geral, vistos como positivos para o dólar, mas estrategistas do Citi afirmaram em relatório que o maior carrego —retorno obtido por diferenciais de juros— oferecido por algumas moedas de países emergentes, como o real, tem sido um colchão contra as expectativas de uma política monetária mais apertada na maior economia do mundo.

“Embora, tipicamente, o fator do carrego não funcione bem em momentos de aversão a risco crescente ou aumentos de juros (nos EUA), a performance (de moedas emergentes) em janeiro foi surpreendentemente robusta”, disse o credor norte-americano, destacando o Brasil como uma “oportunidade”.

Cenário doméstico

Na quarta-feira, ao fim de seu encontro de política monetária de dois dias, o Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual pela terceira vez seguida, conforme o esperado, a 10,75% ao ano, aumentando os retornos oferecidos por contratos de taxa de câmbio a termo da moeda brasileira.

Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, atribuiu parte da desvalorização do dólar à alta da Selic, mas também vê “o movimento positivo recente nos ativos locais como pontuais e ajudados pelos fluxos de curto-prazo, em meio a preços, valuations e posição técnica mais construtivos”.

Em post em blog, ele acrescentou que tem “enormes dúvidas em relação à continuidade destes movimentos”, citando ruídos fiscais domésticos.

A principal fonte de preocupações para os investidores tem sido uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada por um deputado aliado do Palácio Planalto para autorizar cortes de tributos sobre combustíveis, que pode gerar uma perda anual de até 54 bilhões de reais para a União, segundo cálculos do Ministério da Economia.

Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2022/02/04/fechamento-dolar-ibovespa-4-fevereiro.htm

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