Documentário “Ennio: Il Maestro”, sobre a vida do músico Ennio Morricone, marcou a abertura da primeira edição presencial em dois anos da festival, que começa nesta quinta-feira (28)

Documentário "Ennio: Il Maestro", sobre a vida do músico Ennio Morricone, marcou a abertura da primeira edição presencial em dois anos da festival, que começa nesta quinta-feira (28)

Filme sobre Ennio Morricone marca o início de mais uma Festa do Cinema Italiano. Foto: Divulgação

Com uma pré-estreia lotada em São Paulo, o documentário “Ennio: Il Maestro” (2021), de Giuseppe Tornatore, abriu a primeira edição presencial em dois anos da Festa do Cinema Italiano, que começa nesta quinta-feira (28).

Depois de alguns anúncios por parte dos organizadores, um agradecimento especial foi exibido na telona: o filho do maior compositor cinematográfico de todos os tempos agradeceu à plateia pela presença e disse que se identifica com o “sangue quente brasileiro”.

Marco Morriconne disse que já assistiu ao filme diversas vezes, mas que aprende um pouco mais sobre Ennio a cada exibição, mesmo o protagonista sendo seu próprio pai.

“Não é fácil entender uma pessoa que está fechada em uma bolha escrevendo música”, diz ele. “É possível descobrir uma coisa nova cada vez que vemos o filme porque ele é muito intenso”.

De fato, ao longo de duas horas e meia, acompanhamos a longa vida do músico Ennio Morricone, morto em 2020, aos 91 anos. Passamos pela sua infância como trompetista até seu Oscar por Melhor Trilha Sonora, em 2016.

Vemos diversos depoimentos que trazem peso à importância do conjunto da obra de Morricone: Clint Eastwood, Hans Zimmer, Quentin Tarantino e Bruce Springsteen são alguns deles.

Quem amarra a narrativa do documentário é o próprio Ennio, que, muito crítico do seu próprio trabalho, não reconhece o tamanho da grandiosidade das trilhas sonoras que fez para mais de 500 filmes, alguns como “Cinema Parasido”, “Os Intocáveis” e “Era uma Vez na América”.

Tal rigor se reflete em outras áreas de sua vida: Ennio era um exímio enxadrista, além de jogador de tênis, Já no âmbito familiar, o filme mostra que pais e filhos tinham papéis bem definidos.

“Papai era muito exigente no seu trabalho, era parte da personalidade dele”, diz Marco Morricone. “A dinâmica familiar era bem estabelecida, mas meu pai era muito afetuoso também”.

É possível contar nos dedos as vezes que Ennio se emociona no documentário ao narrar uma história.

O que não são raros, porém, são os gestuais tipicamente italianos e as risadas, que amenizam um vocabulário musical bem técnico que aparece constantemente.

Por meio de uma montagem dinâmica, o documentário entrega os ensinamentos que Enio Morricone teve ao longo da vida, além de inspirar profundamente quem assiste ao filme, segundo Marco Morricone, principalmente os mais jovens.

Filme “Ennio: Il Maestro” (2021), de Giuseppe Tornatore/ Divulgação

“Eu pedi apenas uma coisa para os produtores: que esse filme pudesse passar nas escolas. Com a história de papai, vemos que é preciso estudar muito para chegar a um objetivo.”

Para Marco, Ennio Morricone foi único, mas a nova geração pode aprender o valor do trabalho por meio do filme.

8 ½ Festa do Cinema Italiano

O festival começa nesta quinta-feira (28) e irá até dia 10 de agosto, em 19 cidades do Brasil. De 28 de julho a 3 de agosto, recebem o Festival as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Porto Alegre.

Na sequência, entre os dias 4 e 10 de agosto, é a vez de Vitória, Fortaleza, Natal, Belém, Curitiba, Florianópolis, Londrina, Santos, Campinas, Goiânia, Niterói e Maringá.

A seleção oficial traz 12 filmes italianos inéditos no Brasil, oito destes em pré-estreia nacional, provenientes dos principais festivais internacionais, como o Festival de Veneza e o Festival de Berlim.

Além de Ennio Morricone, o diretor Pier Paolo Pasolini será homenageado pelo seu centenário de nascimento com o filme “Mamma Roma” (1962).

A programação completa da primeira semana de Festival, com os filmes e horários está disponível no site oficial do evento.

Por Isabella Faria, da CNN

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