Dia Mundial do Diabetes

O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, foi criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) para conscientizar o mundo sobre o reflexo do diabetes na saúde e mortalidade da população 

Alerta é feito no Dia Mundial de Combate ao Diabetes, lembrado hoje / Foto: Divulgação - Agência Brasil

Em 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de sua resolução nº 61/225, criou a data de 14 de Novembro como dia Mundial do Diabetes. O objetivo era enfatizar a característica epidêmica e impacto social e  econômico. A cor azul foi escolhida representando as cores da ONU, lembrando que o diabetes está presente em todo o mundo.

Alguns objetivos das campanhas do dia mundial do diabetes tem como foco alertar para o impacto do diabetes, estimular políticas públicas que favoreçam e possibilitem aos portadores da doença viver mais e melhor, promover o diagnóstico precoce e orientar sobre formas de tratamento adequado.

No ano de 2020, o IDF traz como tema, a importância da enfermagem no cuidado e  educação em diabetes. As ações que serão realizadas  em todo o mundo podem ser  conferidas no https://worlddiabetesday.org/. No Brasil, a entidade responsável por organizar a campanha em nível nacional é a Sociedade Brasileira de Diabete (SBD).

Essas ações são uma resposta ao alarmante crescimento do diabetes. Segundo dados do Atlas IDF 2019, a incidência de diabetes tem aumentado e, no  Brasil já são cerca de 17 milhões de pessoas com o diagnóstico.

Embora existam diferentes tipos de diabetes, o tratamento é multiprofissional, ou seja,  deve incluir uma equipe que possa dar suporte ao paciente e seus familiares. Neste cenário, o profissional de nutrição pode atuar tanto na prevenção de alguns tipos como no tratamento daqueles já com o diagnóstico.

Uma preocupante condição é o pré-diabetes, na qual já há alterações metabólicas importantes que devem ser tratadas. A boa notícia fica por conta de que cada vez mais se estuda  sobre o assunto. Estudos recentes indicam especialmente a redução de peso (5%)  para quem tem pré-diabetes ou diabetes tipo 2 como um fator importante para o controle das alterações metabólicas.

Por meio da alimentação é possível trazer um dos componentes da educação em diabetes, também conhecida por meio dos sete comportamentos do autocuidado. Nesta orientação, elaborada pela Associação Americana de Cuidadores e Educadores em Diabetes (ADCES), um dos sete passos/comportamentos é “Alimentar-se saudavelmente”.

No Brasil, nosso referencial para este comportamento é trazer as orientações do guia alimentar para a população brasileira. A indicação, assim como as diretrizes para nutrição em diabetes orientam que a alimentação de toda a população, com ou sem diabetes, deve ser baseada em alimentos in natura (frutas, verduras, legumes e carnes) e produtos minimamente processados (arroz, feijão), limitando o consumo de alimentos processados (geleia, atum enlatado, queijo) e evitando alimentos ultraprocessados (sorvetes, barra de cereal, macarrão instantâneo).

Alimentos como legumes, folhas, frutas e cereais integrais que agregam grande quantidade de fibras devem ser consumidos diariamente pois estão relacionados ao melhor controle  do diabetes. Aqui o desafio é estabelecer o tamanho da porção para que os benefícios sejam de fato percebidos.

O tratamento deve ser encarado como de longo prazo, ou seja, como acompanhamento nutricional pois muitos comportamentos alimentares precisam ser incorporados ou ajustados. Aqui é importante que o nutricionista seja especialista e compreenda as fases  do diabetes para que possa realizar uma boa intervenção nutricional além de auxiliar o paciente no gerenciamento do diabetes.

O tratamento do diabetes depende de uma equipe multiprofissional especializada e, se possível com educadores em diabetes credenciados pelos órgãos internacionais tornando o cuidado integrado. Neste contexto, o nutricionista como membro da equipe é parte fundamental. Isso porque para muitos dos pacientes, o diagnóstico se correlaciona negativamente com o prazer em comer. Nosso papel é apoiar, orientar e traduzir as informações em saúde e para a linguagem do paciente e facilitar as escolhas alimentares. Sendo imprescindível a presença profissional em todos os níveis de atenção em saúde para pessoas com diabetes.

Por Dra. Silvia Ramos

    • Nutricionista
    • Doutora em Ciências da Saúde pela EPM/UNIFESP
    • Especialista em Nutrição Materno Infantil EPM/UNIFESP
    • Educadora em Diabetes ADJ/SBD/IDF
    • Membro do Grupo de Educação em Diabetes – Hrim UNIFESP
    • Conselheira do CRN3 – 2020 – 2023
    • Consultora da Roche Diabetes Care
    • CEO Insira Educacional

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