‘A gente não tem de pedir licença para governar’, diz Lula

Foto: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa quarta-feira (8) que sua gestão não precisa pedir licença para poder governar e que tem o direito de estabelecer a política econômica validada pelas urnas na eleição presidencial de 2022. O petista disse que sua ideia é focar nas obras que estão paralisadas e inacabadas como forma de evitar um “desastre” para a economia brasileira.

O presidente passou a criticar o Banco Central na semana passada, um dia depois de o BC decidir pela manutenção da taxa básica da Selic em 13,75%. O BC é formalmente independente desde 2021. Lula reafirmou que pretende determinar a política econômica do país durante o discurso que fez na abertura da reunião com o chamado Conselho Político da Coalizão, grupo formado por presidentes de legendas e lideranças partidárias que integram a base aliada do governo.

“Vocês foram eleitos pelo povo brasileiro e, portanto, todos vocês e o governo têm direito de estabelecer sua política econômica e social. Nós temos que tentar fazer aquilo que foi o propósito pelo qual ganhamos as eleições. Houve um programa, um discurso e uma votação. O resultado somos nós que estamos aqui”, afirmou. “A gente não tem de pedir licença para governar, a gente foi eleito para governar. Não temos que agradar ninguém, mas sim o povo brasileiro que foi quem nos trouxe até aqui”, complementou.

A eleição do petista no segundo turno do ano passado foi alcançada com o apoio de uma ampla aliança de partidos, além da militância tradicional do PT.

Lula voltou a explicitar que sua estratégia principal é retomar obras que estão paralisadas ou próximas de serem concluídas. Na avaliação dele, desta forma, será possível reverter o que classificou como “desastre” econômico previsto pelo FMI. O presidente fez um aceno aos parlamentares e disse que todos eles serão convidados para participarem de solenidades em seus respectivos Estado.

Uma das viagens que já estão programadas é para a Bahia, no dia 14 de fevereiro, quando o presidente irá inaugurar um conjunto do Minha Casa Minha Vida. Em seguida, ele irá para Sergipe, para dar continuidade a um conjunto de obras ligadas à BR 101.

“Se a gente conseguir que todas as obras que estão paradas comecem a funcionar, a gente pode contribuir para que a economia brasileira não seja um desastre previsto pelo FMI”, disse o presidente.

Também como forma de mostrar aproximação com os deputados e senadores, o petista disse que o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem obrigação de começar a atender as demandas trazidas pelos congressistas.

Lula disse que espera que a reunião simbolize o “começo de uma nova relação entre o Poder Executivo e o Legislativo”. “Eu espero que nós do Executivo façamos por merecer que essas reuniões sejam contínuas e espero que vocês façam por merecer que essa reunião seja um hábito de discutir os problemas políticos desse país”, afirmou.

O presidente fez um aceno à oposição ao afirmar que o tamanho da sua base parlamentar é o mesmo do Congresso inteiro. “A minha base no Congresso Nacional começa com 513 deputados e 81 senadores”, disse.

Num apelo contra a polarização, Lula pediu que os congressistas ajudem o governo a mostrar para a sociedade que é possível conviver apesar das divergências. “Quero fazer um apelo pra vocês: nós temos a chance de mostrar para o Brasil que é possível convivermos democraticamente na diversidade”, afirmou.

Fonte: Valor Econômico

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