União de partidos é vista como garantia de sobrevivência

Deputados indicam que é melhor fazer logo uma fusão, como fizeram DEM e PSL, do que entrar num processo que é descrito como casamento de interesse, sem a possibilidade de divórcio em quatro anos

Por José Maria Trindade (*)

As fusões e federações mostram a nova cara da política. Em política se diz que “caititu que anda sozinho no mato vira comida de bicho”. Ao menor sinal de dificuldades, os políticos correm para o corporativismo. A federação está sendo vista como questão de sobrevivência para pequenos partidos e uma opção de crescimento para os médios e grandes partidos. O TSE acaba de aprovar a fusão do DEM com o PSL, criando o União Brasil. Um partido que nasce grande e milionário.

Hoje com 55 deputados, o União Brasil se transformou no maior, mas vai perder parlamentares para o PL, que deve ocupar o posto de maior. Esta nova geografia política provoca disputa. As comissões permanentes da Câmara são formadas com base na proporcionalidade partidária. Quem tem mais deputados escolhe primeiro as comissões. O União Brasil, dirigido pelo primeiro secretário da Câmara, deputado Luciano Bivar, quer a condição de maior para ganhar mais cargos. O deputado Vitor Hugo está, por enquanto, nesta maioria. Foi indicado para a Comissão de Constituição e Justiça e diz que nada deve mudar, os mesmos partidos ficam com as atuais comissões.

As avaliações são de dificuldades na formação das federações. Deputados indicam aqui que é melhor fazer logo uma fusão, como fizeram DEM e PSL, do que entrar num processo assim que é descrito como casamento de interesse, sem a possibilidade de divórcio em quatro anos. Entre federação e fusão, a trajetória indica que a partir de janeiro, em vez dos atuais 22 partidos com representação no Congresso, dos 31 registrado na Justiça Eleitoral, restarão cinco com deputados e senadores agindo na política.

O fim das coligações proporcionais promove mudanças. O teste foi nas eleições municipais. Os deputados não gostaram do que viram e tentaram voltar as coligações, mas os grandes partidos travaram. Uma armadilha para um grupo de deputados que não se elege com o próprio partido. Este é um momento de decisão no tabuleiro do xadrez político. Uma filiação ou federação errada agora o preço será a não reeleição.

(*) É jornalista, comentarista político, correspondente da Jovem Pan em Brasília e escreve sobre o poder e seus bastidores.

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