Em entrevista ao programa Pautas do Dia, da rádio CBN Amazônia, o senador Eduardo Braga (MDB/AM) destacou, nesta quarta-feira (27/12), que o novo porto Manaus Moderna, incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vai atender mais de 1 milhão de amazonenses que dependem do transporte fluvial para chegar ou sair da capital.
Com orçamento previsto de mais de R$ 650 milhões, as obras da nova estação hidroviária de passageiros e de carga/descarga de Manaus fazem parte do eixo Transporte Eficiente e Sustentável do novo PAC. No Amazonas, o governo federal vai investir R$ 5,9 bilhões em infraestrutura da BR-319, portos, aeroportos e hidrovias.
O parlamentar lembrou que, todo mês, mais de 1 milhão de passageiros passam todos os meses por Manaus acessando a via fluvial em função da precariedade e do alto custo do sistema de aviação regional. “E não temos um porto regional importante para atender essa demanda do interior, inclusive, a movimentação de carga para os municípios”, disse Eduardo.
Para Braga, o novo porto Manaus Moderna vai trazer justiça com tratamento humanitário e social para a população do interior e da capital. “Muitos passageiros passam pela cidade por conta da atividade econômica. Outros à procura de tratamento de saúde, e em muitos casos, são carregados do barco do fundo de uma rede para ter acesso a atendimentos médicos na capital”, lamentou.
O senador lembrou, também, que há muito tempo vinha sugerindo ao governo federal a construção do novo porto de Manaus, mas agora a população amazonense conseguiu incluir o terminal hidroviário na programação de obras do PAC. “Sem dúvida uma conquista importante para a capital e o interior”, reforçou Braga, destacando que o colega Omar Aziz (PSD/AM) também se uniu a ele em defesa do novo porto para Manaus.
Habitação
O senador Eduardo Braga destacou, também, outra conquista importante para a capital amazonense no novo programa Minha Casa, Minha Vida, com a construção de 4,4 mil unidades habitacionais pela Prefeitura de Manaus. “Conseguimos com o governo federal o maior programa habitacional da história da cidade. Isso é a garantia da dignidade para milhares de famílias”, disse.
Reforma tributária
Na entrevista, o senador agradeceu ao presidente Lula; ao ministro da Economia, Fernando Haddad; e à bancada federal amazonense pela promulgação da reforma tributária no Congresso Nacional, a primeira aprovada durante o sistema democrático brasileiro.
“Tivemos um desafio de implementar uma reforma para todos os brasileiros, não apenas para a Amazônia ou para os amazônidas, mas para todos os brasileiros. E que, ao mesmo tempo, pudesse significar a manutenção de projetos importantíssimos para o desenvolvimento regional, como é o caso da Zona Franca de Manaus”, disse o parlamentar.
“E com a ajuda de todos, porque é obvio que essa obra não é obra de um único personagem, foi possível aprovar um texto no Senado que nos desse a resiliência de enfrentar a disputa política que nós amazonenses já sabemos que sempre tivemos que enfrentar”, continuou o senador.
“Lamentavelmente, muitos querem preservar a floresta Amazônia, mas poucos querem entender que os amazonenses, os brasileiros, que aqui vivem tem que ter direito ao desenvolvimento, ao emprego, à renda, e não à fome, ao desemprego e ao atraso. Graças ao apoio do presidente Lula, que foi fundamental, nós aprovamos um texto que garante a Zona Franca de Manaus. Ou seja, nós aprovamos um texto que a Zona Franca está garantida, os empregos estão garantidos, o futuro da Zona Franca está garantido”, destacou Eduardo Braga.
Crédito de carbono
O senador Eduardo Braga disse que o projeto de lei que estabelece o sistema de mercado de carbono, aprovado pela Câmara Federal, vai garantir um gigantesco potencial econômico para a Amazônia nas próximas décadas. “Não tenho dúvidas que isto será a economia verde finalmente chegando e se transportando pata o povo do Amazonas e da Amazônia”, avaliou.
O parlamentar foi o primeiro governador do país a aprovar a primeira Lei de Serviços Ambientais e a criação do Bolsa Floresta para pagamento de habitantes de áreas de conservação no Amazonas.
Eduardo Braga se disse muito otimista com a implantação da Cédula de Produção Rural (o CPR Verde) pelo Banco da Amazônia (Basa), um mecanismo de capitalização e monetização da economia voltada ao agronegócio. “Precisamos inserir o Amazonas nessa agenda, porque a atividade econômica verde será muito importante nas próximas décadas”, alertou o senador.
Obras da BR-319
Eduardo Braga comemorou a inclusão das obras de recuperação da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO), no novo PAC a partir do ano que vem. Ele disse que existe a expectativa do governo federal concluir os trabalhos do trecho C (do km 192 ao 250) até dezembro de 2024, e para 2025, o início das obras dos 400 km do “trecho do meio”.
“Nós, amazonenses, não vamos desistir nunca enquanto a BR-319 não estiver reasfaltada como desejamos, para sair definitivamente desse isolamento. A BR-319 vai beneficiar diretamente o Amazonas, Rondônia e Roraima economicamente, socialmente e do ponto de vista ambiental. Não tenho a menor dúvida disso”, explicou o senador.
