Na quebra da globalização moram as oportunidades da reconstrução

Por Nelson Azevedo (*) [email protected]

A globalização quebrou! Este foi o ensaio do último sábado no canal Meio de noticias, descrevendo as perspectivas de uma nova ordem industrial e suas janelas de oportunidade para o polo industrial de Manaus. O abalo na indústria chinesa, o fenômeno dos navios porta-contêineres encalhados dos principais portos do mundo, e o olhar analítico da Europa e dos Estados Unidos na direção do potencial industrial da América Latina, são algumassinalizações da criseque nos fazem vislumbrar expectativas de novas oportunidades já debatidas e planejadas pelos países centrais do Ocidente.

Respostas à maledicência

Temos insistido nesta tecla da reconstrução, a fim de que possamos dar respostas robustas à maledicência crônica sobre o nosso programa de redução das desigualdades regionais entre Norte e Sul do país. Esta é a nossa responsabilidade e sabemos muito bem porque não avançamos como poderíamos. Afinal, o programa Zona Franca de Manaus foi criado para substituir importações e — na crise da cadeia global de suprimentos durante em pleno pico da pandemia— mostramos que nossa capacidade instalada tem um potencial extraordinário quando se impõem novas urgências e demandas.

Adubação da unidade

E quais são as exigências para fazer dessas janelas  efetivas oportunidades de adensamento, diversificação e expansão na direção do Continente em geral e de nossa planta industrial em particular? Insistimos, também, em nossas conversações na tecla de adubar a união de todos, aproveitando de modo inteligente e integrado um movimento muito intenso dos atores públicos para retomar a economia de um país desempregado e com 20 milhões de famílias passando fome. Diríamos que se trata de uma percepção coletiva dos tais atores sobre a urgência de transformar o imperativo da unidade em sintonia interinstitucional. Um mutirão de parcerias se tornou compulsório.

Múltiplas parcerias

Vemos a Suframa fazer mais com menos recursos e costurar parcerias em múltiplas direções, tanto na interlocuçāo com instituições científicas e de desenvolvimento, como insistir no apoio essencial nas duas linhas mestras de nossa expansão, Tecnologia da Informação e Comunicação, como no nicho de múltiplas oportunidades da Bioeconomia, dois programas prioritários que a Fundação Paulo Feitoza e o IDESAM estão espalhando pela Amazônia Ocidental. A ordem é disseminação de novos negócios da inovação e da sustentabilidade da floresta em pé, apta a seguir ofertando seus serviços ambientais para o Brasil e para Clima. E ter a floresta em pé, não esqueçamos, é nosso dever ZFM e nosso passaporte Amazônia de novas e sólidas parcerias.

Inovação e desenvolvimento tecnológico

Bioeconomia da castanha do Pará, ou do Brasil, entre outras frentes de inovação e desenvolvimento tecnológico, são algumas das iniciativas da Sedecti, a pasta estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, que supõem sempre articulação com a Suframa e sua determinação de fortalecer a agroindústria sustentável a partir do Distrito Agropecuário da Suframa e seu modelo demonstrativo que está empinando em Rio Preto da Eva, para ser replicado em outras municipalidades do beiradão amazônico. A lista de iniciativas é alentada e alentadora.

Desafios urbanos

Para ampliar e diversificar essa corrida cívica e compartilhada pelo setor público- onde as entidades do setor produtivo estão engajadas – o Fórum de Articulação da Zona Franca de Manaus na semana passada realizou sua quarta edição para discutir desafios ambientais e econômicos e de quebra consolidar um conjunto de medidas do executivo municipal na direção de integrar-se na busca de novos investimentos, e na qualificação de recursos humanos. A perspectiva urgente são a geração de empregos, primeiros empregos, de modo especial, para ocupar um contigente numeroso de jovens – já vacinados, é vital que se diga – para construir a volta à normalidade e  resgatar de nossa dignidade e expansão da economia e suas consequências sociais.

A mula da maledicência

E o que tem a ver com isso a quebra da cadeia global de suprimentos, a tal quebra da globalização? As crises, dizem os pedagogos, são oportunidades de crescimento quando tratamos do desenvolvimento humano e são excelentes janelas de oportunidades para quem está empenhado em criar/aproveitar as novas alternativas de novos negócios que temos buscado para a região. Por isso, importa sim que a mula da maledicência de nossa economia manque para mostrar a feiúra de seus propósitos, enquanto isso, em nome da unidade, que gera prosperidade, queremos e vamos florescer em nosso programa de desenvolvimento regional. E viva a unidade, premissa criativa de construção da nova globalização civil, próspera, unida e uníssona para reafirmar a brasilidade e sua justa integração.

(*) Nelson é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica de Materiais Elétricos de Manaus, Conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.

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