Com barranco com risco de deslizamento, a orla do Mirante do Encontro das Águas continua sendo frequentada por visitantes, moradores do local, pescadores e curiosos que colocam a vida em risco por conta da falta de intervenção e de avisos no local. O alerta é do coletivo SOS Encontro das Águas, movimento da sociedade civil organizada que defende a preservação do ponto turístico no Amazonas.
Embora a Prefeitura de Manaus tenha informado a interdição do acesso ao mirante, banhistas e pescadores foram vistos frequentando o local normalmente, no último domingo, 24.04, sem qualquer tipo de fiscalização ou orientação. Registra-se que na margem do rio Negro não há nenhuma sinalização informando a interdição da área. Alguns alegaram desconhecimento sobre o risco de deslizamento.
No local está prevista a construção do Parque Encontro das Águas, que tem um monumento projetado pelo falecido arquiteto Oscar Niemeyer.
O risco de desabamento ocorre no trecho em que a Prefeitura de Manaus colocou pneus para facilitar o acesso da praia ao mirante, entre os meses de outubro e novembro de 2021. Há uma rachadura visível que corta o barranco de cima abaixo.
O Movimento SOS Encontro das Águas possui registros da descida do mirante sem os pneus, período em que a queda do barranco ocorria sem comprometer a área.
“São centenas de pneus empilhados, encharcados de água e barro. Na época da avaliação para a construção do Parque Encontro das Águas, já havia alerta de engenheiros que em alguns locais mais sensíveis era perigoso sobrecarregar a região com peso, próximo à borda. Do lado esquerdo dessa ocorrência, de quem está de frente para o Encontro das Águas, o terreno não apresenta qualquer dano porque há uma plantação de bambu, uma prova do que era necessário fazer”, afirma o educador socioambiental e membro do Movimento SOS Encontro das Águas, Valter Calheiros.
Desde a quinta-feira, 21.04, quando tomou conhecimento do problema, o Movimento SOS Encontro das Águas alertou o Executivo Municipal a respeito do perigo. Segundo alguns frequentadores do espaço, os primeiros sinais de deslocamentos de terra teriam ocorrido antes do dia 17.04.
O coletivo defende a avaliação do risco do local por órgãos independentes como Conselho Regional de Engenharia e Agronomia e o Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a fim de determinar a melhor solução para a situação do Mirante Encontro das Águas.
Por Steffanie Schmidt
