Morre Amazonino Mendes aos 83 anos, ele foi governador do Amazonas

Amazonino estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde o Natal

Amazonino Mendes, ex-governador do Amazonas — Foto: Divulgação

A família de Amazonino Armando Mendes comunica com pesar o seu falecimento neste domingo (12/02), em São Paulo, aos 83 anos. Foi uma vida vitoriosa dedicada com muito amor à família e ao povo do Amazonas. Amazonino deixa um Legado incomparável, como homem e político. Lutou bravamente como poucos, mas agora descansa em paz!
*16/11/1939 +12/02/2023, diz a nota de pesar.

O ex-governador do Amazonas, Amazonino Mendes era filiado ao Cidadania e disputou sua última eleição em outubro de 2022, quando tentou voltar ao comando do Governo do Amazonas pela 5ª vez. O político deixa três filhos.

Amazonino estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde o dia 25 de dezembro.

O quadro de saúde de Amazonino veio se agravando ao longo dos últimos anos. Por conta da idade, o político, que concorreu ao governo do estado em outubro de 2022, chegou a reduzir a agenda de campanha e evitou grandes mobilizações no interior do estado.

Em novembro do ano passado, Mendes foi internado pela primeira vez para tratar uma crise de diverticulite – inflação no intestino grosso – e uma pneumonia.

Na época, o ex-governador chegou a ser levado para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas com a melhora foi transferido para um quarto. Ele teve alta no dia 6 de dezembro.

Logo depois, no dia 18 de dezembro, Amazonino chegou a passar por uma consulta médica após voltar a apresentar problemas respiratórios. Logo após, havia uma expectativa de o político voltasse para Manaus, para passar o Natal com a família. No entanto, por orientação médica, permaneceu em São Paulo.

Após uma nova piora no quadro respiratório, voltou a ser internado no dia 25 de dezembro. Lá, ainda chegou a receber uma visita do presidente Lula, que passava por exames de rotina antes da posse.

Ainda não há informações sobre o velório e o traslado do corpo para Manaus, onde o político deve ser velado e sepultado.

Veja a biografia do político

Amazonino Mendes, ex-governador do Amazonas. — Foto: Divulgação
Amazonino Mendes, ex-governador do Amazonas — Foto: Divulgação

Amazonino Armando Mendes nasceu em Eurinepé, interior do Amazonas, em 16 de novembro de 1939. Se formou em direito pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e fez longa carreira política dentro do estado atuando quatro vezes como governador do Estado, uma vez como senador e três vezes como prefeito de Manaus.

Em abril de 1983, iniciou a carreira política ao ser nomeado prefeito da capital. Em seu mandato, deu especial atenção à urbanização dos bairros periféricos. Logo em seguida, em 1987, Amazonino iniciou o primeiro mandato como governador. Entre 1991 e 1992, exerceu o cargo de senador da República.

Em 1994, Amazonino foi novamente eleito governador do Amazonas, já no primeiro turno. Depois foi reeleito em 1998. Em seu governo, criou o polo graneleiro de Itacoatiara (AM) e a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás). Implantou também o programa denominado Terceiro Ciclo, destinado a promover o desenvolvimento do interior do estado através da produção de grãos.

Mantendo as contas do governo sob controle, Amazonino criou a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em 2001. No mesmo mandato intensificou a construção de escolas e postos de saúde pelo estado. Ao fim do mandato, em 2003, ficou fora dos holofotes até 2008, após amargar derrotas em tentativas de eleições para prefeitura e governo entre 2004 e 2006.

Em 2008 foi eleito novamente à prefeitura, desta vez em uma candidatura polêmica e sob muitas críticas de órgãos. Ele chegou a ser cassado após ele e seu vice Carlos Souza serem julgados por por compra de votos e captação ilícita de recursos para campanha eleitoral. Os advogados recorreram da decisão e Amazonino tomou posse em 2009.

Amazonino Mendes, ex-governador do Amazonas — Foto: Divulgação

Em 2011, durante o mandato como prefeito, o político protagonizou uma polêmica com uma moradora de uma comunidade carente de Manaus, onde morreram uma mulher e duas crianças soterradas sob um barranco.

Na época, Mendes disse que as pessoas na comunidade Santa Marta, na Zona Norte da capital amazonense, ajudariam a prefeitura “não fazendo casas onde não devem”, ao que a moradora não identificada retrucou: “Mas a gente está aqui porque não tem condição de ter uma moradia digna”. O prefeito respondeu: “Minha filha, então morra, morra”.

Em 2017 voltou a assumir o Governo do Amazonas após eleições suplementares para substituição do então governador José Melo e do vice Henrique Oliveira. Tentou a reeleição em 2018, mas foi derrotado pelo estreante Wilson Lima. No fim de sua trajetória política amargou outras duas derrotas: uma em 2020 para um novo mandato à frente da Prefeitura de Manaus, e em 2022, a última vez que concorreu ao governo do estado.

Ao longo de sua vida, Amazonino recebeu diversas homenagens, como, a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, Grau de Grã-Cruz, Superior Tribunal do Trabalho (1987); medalha de Honra ao Mérito, conferida pela SUDAM (1991); comenda de Ordem ao Mérito de Tocantins, Grau de Grão-Cruz, conferida pelo Estado de Tocantins (1991); Grande Medalha da Inconfidência, outorgada pelo Estado de Minas Gerais; cidadão Benemérito de Todos os Municípios do Estado do Amazonas; cidadão Benemérito da Cidade de Miami Beach – USA; e cidadão Benemérito do Município de Praia Grande – SP.

Amazonino também foi o criador e presidente do Forum dos Governadores da Amazônia. Também foi o mentor, em 1987, do Instituto Superior de Estudos da Amazônia (ISFA), e, posteriormente, foi eleito presidente do órgão por unanimidade pelos Governadores dos estados integrantes da Amazônia Legal, além de diretor e professor do curso de Direito Rodoviário, ministrado no Departamento de Estradas e Rodagem do Amazonas (DER-AM).

Filho de Armando de Souza Mendes e Francisca Gomes Mendes, Amazonino foi casado com Tarcila Prado de Negreiros Mendes que morreu em 2015, com quem teve três filhos.

Atualizado às 09:51h *com informações do g1

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