Mais de 150 pessoas participam de debates sobre empreendedorismo e impacto social na periferia

Foto: Divulgação

Com a apresentação de negócios de sucesso da periferia e amplo diálogo sobre empreendedorismo e impacto social, o “Fórum de Negócios de Impacto da Periferia: Somos Raízes” reuniu mais de 150 empreendedores, ativistas, líderes de organizações sociais, estudantes e outros agentes, no último sábado, dia 11 de novembro, na sede da Fundação Amazônia Sustentável (FAS).

“Nascer amazônida é ser resistente. Hoje é um dia de vitória, dia de celebração. Eu sei que aqui tem várias soluções para essa cidade. Essa fumaça não pode ser maior que o nosso sentimento, que seja um marco na vida de todo mundo”, comentou Jander Manauara, um dos organizadores do evento.

Durante a manhã, aconteceram duas mesas de debate. A primeira com o tema “Desmistificando o termo negócio de impacto”, com a mediação de Cleber Santos, administrador e mentor de negócios de impacto. Também houve o compartilhamento de experiências com: Juliana Teles, cofundadora do Impact Hub Manaus; DJ Bola A Banca, empreendedor social em São Paulo e fundador do A Banca; e Geyce Ferreira, líder social do bairro Zumbi dos Palmares e gestora de logística.

“Para mim, a questão do impacto tem a ver com rompimento. Romper o ciclo da pobreza, do não-pertencimento, da exclusão. Negócio de impacto parte de romper com tudo de ruim que foi dado para nós e empurrado goela abaixo. Eu levo muito a sério aquela frase ‘meu sonho e minha luta não podem morrer por falta de grana’ e foi isso que incentivou A Banca virar negócio social”, disse o DJ Bola A Banca, empreendedor social em São Paulo, fundador do A Banca e co-criador do ANIP – Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia.

“Ninguém entende melhor de logística como as pessoas do interior do Amazonas. Precisamos começar a nos entender como bons no que fazemos. Tem que ser estratégico, tem que mapear oportunidades. Fazer dinheiro não é crime, a gente pode e deve. Tem espaço e tem dinheiro para todo mundo”, enfatizou Geyce Ferreira, líder social do bairro Zumbi dos Palmares e gestora de logística da Bemol.

Ainda pela manhã ocorreu a apresentação de um pitch – uma apresentação verbal concisa de uma ideia de negócio – do Tchibum na Amazônia, com Balbina Dantas. “Identificamos uma crise financeira nas comunidades próximas a Manaus. Falta renda alternativa e pagamento correto para as pessoas das comunidades”, declarou.

Segundo ela, a partir da identificação da necessidade, o Tchibum na Amazônia está criando uma plataforma para conectar turistas com turismo de base comunitária.

A segunda mesa do dia abordou o tema “Nós somos especialistas nas nossas dores. Por que não investir na periferia?”. A mediação da mesa foi realizada pela rapper queer negra, Lua Negra. Participaram do debate: Leticia Scantbelruy, criadora da Praia de Rio; Leonardo, criador da Du Rocha; e Digueto, fotógrafo e produtor audiovisual.

A Praia de Rio é um empreendimento de moda na Amazônia, liderado por mulheres, mães e pretas. “A Praia de Rio surgiu de várias necessidades, principalmente do nascimento dos meus filhos, foi uma virada de chave. As pessoas diziam que a marca ‘não parece ser de Manaus’. Isso não é elogio, é uma violência. Quando começamos precisamos do apoio de uma comunidade, que foram mulheres pretas que apoiaram nosso trabalho”, Leticia Scantbelruy.

A tarde começou com um pitch do Matheus Sant Studios, um salão dedicado a cabelos com curvatura, onde 100% de colaboradores é LGBTQIAPN+ e que utiliza produtos veganos e sustentáveis. Um espaço acolhedor e seguro para todes.

A última mesa do dia foi “Tá, mas o que pode ser negócio?”, mediada por Maria Cecília Costa, coordenadora de inovação na Fundação Rede Amazônica e com a participação de Loren Lunière, empresária e produtora cultural com 20 anos de experiência; Cristiano Moraes, fundador da Libre Skatepark; e Ramon Alada, estilista e empreendedor.

“Eu sempre estava envolvida com eventos, desde os 8 anos de idade tenho memórias de estar organizando os eventos da família e na escola. Acredito que é algo nato. Às vezes a gente busca outras experiências, mas a gente sempre se encontra na nossa essência. Eu me descobri empresária na pandemia. A gente se reinventa no caos e nessa hora é o momento de concentrar, aprender, organizar e superar. Não podemos nunca esquecer a consciência de classe. A descentralização do recurso está no empreendedorismo, e o empreendedorismo está na periferia. A Amazônia é ancestral, periférica, diversa, grandiosa e internacional, temos ocupar esses espaços”, afirmou Loren Luniere. Após os debates, acontecerão apresentações culturais e a realização de uma feira com 30 expositores, até 22h, com mais de 300 visitantes.

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