Jovens da Amazônia lutam por protagonismo, empoderamento e reivindicações no Congresso da Juventude

Foto: Divulgação

Jovens de cinco municípios do Amazonas participaram do I Congresso da Juventude, realizado na comunidade Tumbira, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, para debater os impactos das mudanças climáticas na Amazônia, empoderamento feminino, empreendedorismo juvenil, conectividade, direitos, dignidade menstrual, violência de gênero, show de talentos, além de criar uma carta manifesto com reivindicações e solicitações para entregar às autoridades de seus municípios.

O I Congresso da Juventude foi realizado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com o Movimento Bem Maior e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dentro do projeto “Práticas Pedagógicas Inovadoras”. Ao todo, participaram 61 jovens, dos municípios de Uarini, Iranduba, Carauari, Novo Aripuanã, Manaus e Itapiranga. Como convidados, o evento recebeu a representante da Secretaria Municipal de Educação do Município de Xapuri, no Acre, Fernanda Pinheiro Abreu, e da Rede Mondó, situada no Arquipélago do Marajó, no Pará, Carolina Veloso Maciel.

A proposta do congresso, segundo a gerente do Programa de Educação para Sustentabilidade da FAS, Fabiana Cunha, é de que a juventude discuta temáticas relacionadas ao seu dia a dia, desde educação até infraestrutura.

“O congresso é uma prática da FAS de promover um intercâmbio da juventude da Amazônia. Então, trazemos jovens para falar sobre assuntos relacionados às suas vivências, como saúde, educação, infraestrutura e etc. São temáticas que perpassam suas vidas em que eles querem dar voz para direcionar as políticas públicas futuras. Ao final do congresso, eles realizaram, juntos, o manifesto com as demandas da juventude que serão compartilhados com as instituições e entregue às autoridades de suas cidades”, explicou.

A primeira oficina realizada foi sobre “dignidade menstrual”, em que as jovens mulheres aprenderam a produzir absorventes ecológicos, a partir da utilização de tecidos. A ideia é que, a partir da produção do material, haja redução do uso de absorventes não recicláveis e, dessa maneira, a diminuição de poluição. Além disso, a produção dos absorventes se torna uma opção de renda para as comunidades.

Segundo Edinásio Dos Santos, 23 anos, jovem liderança da comunidade Tabuleiro, situada no município de Carauari, o congresso é uma oportunidade de troca de conhecimento. “Atuo na comunidade ajudando os outros líderes no cuidado com a sustentabilidade local, atuamos com reflorestamento em áreas degradadas. A FAS é uma parceira muito grande tanto nas comunidades, como nos Nieds [Núcleo de Inovação e Educação para o Desenvolvimento Sustentável]. Quero adquirir o máximo de conhecimento e também repassar aos jovens de outras comunidades a minha experiência, de ações que foram implantadas na minha comunidade para serem implantadas em outras”, disse.

Dentro da palestra sobre protagonismo juvenil, os jovens foram incentivados a criar vídeos para redes sociais sobre o dia a dia de suas comunidades. O resultado reuniu curiosidades como linguagem regional, gastronomia local e ênfase no cotidiano da vida ribeirinha e indígena. A maneira como os jovens se posicionaram sobre os assuntos debatidos nas palestras e oficinas foi importante para se entender o caminho que a atuação da FAS com parceiros está levando e proporcionando a esses jovens, conforme destaca a gestora de investimentos sociais do Movimento Bem Maior, Beatriz Waclawek.

“É importante vir a campo, estar presente e compreender o tamanho e a dimensão desse projeto para os jovens. Ouvir dos jovens. A distância torna mais desafiador entender toda a mudança que está sendo feita no território. E quando se ouve do jovem essa mudança, o protagonismo que ele quer ter dentro desse território e o quanto esse projeto importa, você entende o quão essencial é a atuação da FAS e a diferença que esses profissionais fazem na vida dos jovens”, enfatiza.

A jovem Carmen Cunha, de 18 anos, da comunidade Punã, localizada no município de Uarini, reforçou o que o evento agregou à sua vida. “Aprendi muitas coisas, meu objetivo era ter conhecimento e consegui. Agora, vou retornar para minha comunidade e repassar aos colegas que não vieram para o evento”, comentou.

Assessoria de Comunicação

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