Estudo identifica fóssil de flor preservado há aproximadamente 40 milhões de anos

Os cientistas deram uma nova olhada na flor fóssil, que foi documentada pela primeira vez em 1872 e depois esquecida. Foto: Carola Radke/ MfN Berlin

Quase 40 milhões de anos atrás, uma flor floresceu em uma floresta de coníferas do Báltico. A resina de árvore pingando envolvia as pétalas e o pólen, exibindo para sempre um momento efêmero no passado de nosso planeta.

Os cientistas deram uma nova olhada no único fóssil de âmbar, documentado pela primeira vez em 1872 como pertencente a um farmacêutico chamado Kowalewski no que hoje é Kaliningrado, exclave russo entre a Polônia e a Lituânia.

O notável fóssil estava esquecido na coleção do Instituto Federal de Geociências e Recursos Naturais de Berlim (BGR, na sigla em alemão), de acordo com Eva-Maria Sadowski, pesquisadora de pós-doutorado no Museum für Naturkunde, o museu de história natural de Berlim, e autora do novo estudo.

Ela disse que ouviu falar sobre a flor fossilizada, oficialmente conhecida como espécime X4088, de passagem por um colega aposentado, que ela achou exagerado.

“Ele me disse que uma vez visitou o BGR e que [ele] viu a maior e mais incrível flor de âmbar de sua coleção. Eu não sabia que eles tinham uma coleção de âmbar. Então perguntei ao curador da coleção se eu poderia conferir – e lá encontrei o espécime X4088”, contou Sadowski por e-mail.

A flor fóssil da planta recém-identificada Symplocos kowalewskii está contida no âmbar do Báltico. / Carola Radke/ MfN Berlin

“Fiquei mais do que surpresa ao ver uma inclusão de flores tão grande.”

Com 28 milímetros de diâmetro, é a maior flor conhecida a ser fossilizada em âmbar – três vezes o tamanho de fósseis semelhantes.

Sadowski extraiu e examinou o pólen do âmbar. Ela descobriu que a flor havia sido identificada erroneamente quando foi estudada pela primeira vez.

“O nome original do gênero deste espécime era Stewartia, da família de plantas Theaceae. Mas pudemos mostrar em nosso estudo que isso não estava correto, principalmente com base na morfologia do pólen. Entretanto, quando o espécime foi estudado pela primeira vez no século 19, eles não descobriram ou estudaram o pólen”, afirmou.

A flor está intimamente relacionada a um gênero de plantas com flores comuns na Ásia, hoje conhecido como Symplocos – arbustos ou árvores que ostentam flores brancas ou amarelas.

Originalmente chamada de Stewartia kowalewskii, os autores propõem um novo nome para a flor: Symplocos kowalewskii.

Os fósseis de âmbar oferecem uma visão tridimensional tentadora do passado. Além de plantas e flores, uma cauda de dinossauro, um caranguejo, uma formiga infernal, uma aranha e seus filhotes, um pé de pássaro e um crânio de lagarto foram encontrados enterrados em pedaços de resina de árvore.

O estudo foi publicado na revista Scientific Reports nesta quinta-feira (12).

Por Katie Hunt, da CNN

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