Dólar sobe 1,63%, e fecha a R$ 4,874 após anúncio sobre PEC do ICMS; Bolsa cai

Foto: Getty Images | iStockphoto

Nesta terça-feira (7), o dólar subiu 1,63% e fechou cotado a R$ 4,874 — maior valor desde 20 de maio, quanto atingiu o mesmo patamar. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3), caiu 0,11% e encerrou aos 110.069,76 pontos.

O resultado da moeda americana refletiu o mercado que avaliava a proposta do governo de zerar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e ressarcir estados pelas perdas até o final de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentará a reeleição. A medida deve ter um impacto de R$ 40 bilhões nos cofres da União, segundo estimativa do governo. Também repercutiram temores internacionais sobre o aumento dos juros nas principais economias do mundo.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Corte do ICMS

O cenário doméstico era apontado como o principal responsável pela alta do dólar no dia, após Bolsonaro ter afirmado na véspera que o Executivo está disposto a zerar impostos federais cobrados sobre gasolina, gás, etanol e diesel em troca de uma redução do ICMS, com compensação dos estados pelo governo federal.

De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, os repasses que deverão ser feitos pela União este ano a estados e municípios para cobrir a perda de arrecadação desses entes com uma redução a zero do ICMS que incide sobre diesel e gás terão valor definido, limitado ao montante de uma arrecadação extraordinária que ainda não foi lançada no Orçamento.

Segundo Guedes, as receitas podem vir de dividendos da Petrobras e da capitalização da Eletrobras, que ainda não foi vendida.

As propostas não são simples de serem implementadas. Além de lacunas, há muitos acordos para serem costurados para que qualquer medida saia do papel, como escreve a colunista do UOL Carla Araújo.

Em relatório, especialistas da Genial Investimentos avaliaram que a medida deve colaborar para um arrefecimento da inflação, o que, em teoria, tende a aumentar a renda real da população e, consequentemente, gerar um efeito positivo sobre a atividade e a arrecadação de impostos.

No entanto, como a medida pode elevar a percepção do risco fiscal do país por parte dos participantes do mercado, “o resultado poderá ser desvalorização do real e aumento da pressão inflacionária, diminuindo ou até mesmo anulando os efeitos da diminuição de impostos”, alertaram.

A XP Investimentos declara que o impacto sobre a inflação de curto prazo da proposta do ICMS pode ser de até 2 pontos percentuais no IPCA cheio, mas “deve criar um buraco fiscal que pode atingir R$ 100 bilhões até o final do ano”, disse a instituição financeira em nota.

Cenário externo

Investidores de todo o mundo mostravam maior cautela na sessão antes de dados de inflação dos Estados Unidos e uma reunião do BCE (Banco Central Europeu) desta semana, em meio a receios de que um aumento nos juros muito agressivo nos países desenvolvidos leve a saídas de capital de ativos arriscados, como moedas de países emergentes, como é o caso do Brasil.

Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2022/06/07/fechamento-dolar-ibovespa-7-junho.htm

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