Dólar cai 1,26%, a R$ 5,255, menor valor em quase 5 meses; Bolsa tem queda

Foto: Lee Jae-Won/Reuters

O dólar comercial caiu 1,26% e começou a semana cotado a R$ 5,255 na venda, na véspera da divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). Esse é o menor valor da moeda norte-americana em quase cinco meses, desde 15 de setembro do ano passado (R$ 5,237).

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em leve queda de 0,22%, aos 111.996,40 pontos.

A agenda recheada de indicadores importantes na cena local deve movimentar a semana, incluindo o IPCA e o IBC-Br, além da ata da última reunião de política monetária do Banco Central. Preocupações fiscais também seguem no radar do mercado.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Dólar ante real pode cair ainda mais

O mercado operou ainda sob expectativa para a ata do Copom, que na terça-feira deverá oferecer mais detalhes sobre a disposição do Banco Central em seguir elevando a taxa Selic. A alta do IGP-DI de janeiro bem acima do esperado reforçou o caso de uma política monetária restritiva.

O dólar continua em processo de desvalorização no exterior, enquanto sinais do mercado de trabalho dos Estados Unidos apresentam recuperação dos impactos da pandemia da covid-19 e alertam para o eventual encerramento de auxílio monetário em decorrência do coronavírus.

Anilson Moretti, chefe de câmbio da HCI Invest, disse à Reuters que a desvalorização recente do dólar é reflexo do patamar elevado dos custos de empréstimo locais. Com a taxa Selic atualmente em 10,75% ao ano, o carrego (retorno oferecido por diferenciais de taxas de juros) do real é bem atraente para investidores estrangeiros, o que tem intensificado o fluxo de recursos para o Brasil.

Nesse contexto, o real tem potencial de se valorizar ainda mais frente ao dólar ao longo deste mês, afirmou Moretti.

De olho nos juros nos EUA

Mas investidores continuavam atentos aos riscos, com a perspectiva de posicionamento mais agressivo do banco central norte-americano no combate à inflação despontando como uma das principais ameaças para divisas de mercados emergentes.

O Federal Reserve já havia telegrafado aos mercados em sua última reunião de política monetária que começará a elevar sua taxa de juros em março. Mas, na semana passada, dados robustos de emprego dos Estados Unidos despertaram algumas apostas de que essa alta inicial será de 0,5 ponto percentual, mais agressiva do que o ritmo de 0,25 ponto inicialmente precificado pela imensa maioria dos investidores.

O Departamento do Trabalho norte-americano informou na sexta-feira em seu relatório de empregos que foram criados 467 mil postos de trabalho fora do setor agrícola nos EUA em janeiro. Os dados de dezembro foram revisados para cima, para mostrarem abertura de 510 mil vagas, em vez das 199 mil relatadas anteriormente.

“Junto com o contexto de inflação mais elevada, esses dados estão em linha com o endurecimento recente do discurso por parte do Fed”, disseram economistas do Bradesco em nota.

Juros mais altos nos EUA tendem a beneficiar o dólar globalmente, já que elevam a rentabilidade dos títulos soberanos norte-americanos, considerados o ativo mais seguro do mundo.

Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2022/02/07/fechamento-dolar-ibovespa-7-de-fevereiro.htm

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