Discussão geopolítica sobre 5G no Brasil está superada, diz ministro

Rede privada de 5G que será utilizada pelo governo não permitirá a aquisição de equipamentos de companhias como a chinesa

Foto: Igor Shimabukuro

O ministro das Comunicações, Fábio Faria , afirmou, nesta segunda-feira (21), que todos os problemas geopolíticos relacionados à implantação da rede 5G já foram superados.

Em entrevista à GloboNews, Faria disse que as regras da implantação da rede privativa, que será utilizada por órgãos públicos, solucionou o problema diplomático após o governo brasileiro indicar que não gostaria da participação de empresas da China no leilão.

Pelas regras colocadas pelo Ministério, empresas que tenham dirigentes partidários de qualquer país do mundo no seu quadro societário não poderão conceder equipamentos para a rede privativa, que irá oferecer acesso 5G para a Presidência, Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional e outros órgãos públicos que tratam de informações sensíveis.

“A gente só colocou uma regra de equipamentos dentro desses box seguro (rede privativa) que está totalmente resolvido com esses países e com essas empresas. Não tem nenhuma discussão geopolítica em relação a isso, está superado”, afirmou o ministro.

Em abril, o GLOBO revelou que um levantamento feito pelo Itamaraty apontava que quase metade dos países do G-20 (grupo de reúne as 20 maiores economias do mundo) tem algum tipo de restrição aos chineses nessa área de telecomunicações.

Entre os que excluíram a Huawei dos projetos do 5G estão Austrália, Itália e Japão. Canadá, Índia e França cogitam banir ou limitar a participação da China, em um movimento plenamente favorável ao que defendem os EUA.

Em março deste ano, Faria já tinha antecipado que a chinesa Huawei não poderia participar dessa rede privativa, exatamente por causa de sua ligação com o governo chinês. Por outro lado, a companhia poderá atuar nas redes privadas da quinta geração de comunicações móveis no país. para a rede privativa, as empresas fornecedoras dos equipamentos deverão observar “padrões de governança corporativa compatíveis com os exigidos no mercado acionário brasileiro”.

Os Estados Unidos pressionaram para que países como o Brasil vetem a Huawei na construção das redes de infraestrutura com o argumento da segurança de informações. O 5G é um dos temas centrais da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

“Quem entra no leilão são as teles, quem vai entrar é a Claro, a Vivo e a TIM. Quando elas adquirirem os espectros, o 5G é como se fossem avenidas no ar, que você compra aquele espectro para fornecer o 5G, nos estados teremos um desses espectros para os regionais. Depois que eles vão comprar equipamentos, vão na Europa, na Ásia, comprar equipamentos”, disse.

Fonte: https://tecnologia.ig.com.br/2021-06-21/5g-geopolitica-leilao.html

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