Defensores visitam bairro Mauazinho, após denúncias recebidas pelo Zap da Cheia

Além de assistência jurídica, DPE vai levar equipes de engenharia para identificar problemas mais graves

Foto: Evandro Seixas/DPE-AM

“Todo ano o problema é o mesmo. Estamos aqui porque não temos condições de ir pra outro lugar”. Este é o relato do autônomo Adonay Souza, 21, morador do beco do Pescador, uma das áreas mais afetadas pela cheia do rio Negro, no bairro Mauazinho, na zona Sul de Manaus, e que nesta sexta-feira (29) recebeu uma visita técnica do Grupo de Trabalho Enchentes (GT Enchentes) da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM).

A defensora pública Dâmea Mourão, coordenadora do Núcleo de Moradia e Fundiário (Numaf), explicou que a ação foi motivada pelas denúncias que têm chegado ao Zap da Cheia (98431-7941), canal criado pela instituição, via WhatsApp, para atender as demandas da população.

Foto: Evandro Seixas/DPE-AM

“Nós estamos fazendo um levantamento dos bairros mais atingidos através das mensagens recebidas pelo Zap da Cheia. A ideia é realizar visitas técnicas para conhecer a realidade das pessoas e entender quais são as necessidades mais urgentes delas nesse momento. O Mauazinho é o primeiro, mas estamos fazendo uma escala de bairros para visitar por semana”, disse ela, ao informar que equipes de engenharia e assistência social também participam do acompanhamento para buscar medidas mais concretas junto ao Poder Executivo municipal e estadual.

De acordo com os moradores do beco do Pescador, até o momento não houve nenhuma ação da Defesa Civil no local. “Ano passado a minha casa ficou alagada, mas tivemos que ficar aqui mesmo porque não tínhamos para onde ir. Até recebemos um auxílio, mas o valor não era suficiente e agora, com o rio subindo de novo, a gente fica preocupado, porque o problema se repete”, disse Adonay. A preocupação é a mesma do aposentado João Ferreira de Almeida, 89, que vive na comunidade há mais de 20 anos.

Foto: Evandro Seixas/DPE-AM

Os moradores também afirmam que as pontes de madeira já estão danificadas e podem causar riscos a quem passa por elas. “O objetivo é buscarmos medidas mais concretas e imediatas através de ofício, recomendações e, se for necessário, também por meio de ações judiciais. Por isso, hoje contamos com a equipe da Engenharia para fazer esse apontamento técnico mais detalhado e documentar para eventuais medidas a serem propostas”, afirmou a defensora.

GT enchentes 2022

Foto: Evandro Seixas/DPE-AM

O subcoordenador do GT Enchentes, defensor público Rodolfo Lobo, também participou da visita ao bairro Mauazinho. Ele destacou que o GT tem se empenhado para atender as demandas tanto na capital, quanto no interior. “Já estivemos no Cacau Pirêra, no Careiro da Várzea e ainda vamos visitar outras cidades para saber onde a população está precisando de água potável, kits de limpeza e higiene, pontes e etc. Inclusive nós recomendamos ao Estado do Amazonas que proporcione um auxílio emergencial às famílias que estejam sofrendo com a cheia deste ano”, acrescentou.

Desabamento de barranco

Foto: Evandro Seixas/DPE-AM

Outro problema identificado durante a visita foi o desmoronamento de um barranco que atingiu a casa do frentista Diego de Souza Lima, 28. Segundo ele, o acidente aconteceu no mês passado, após um bueiro da Águas de Manaus romper e não suportar mais o volume de água que vem das ruas, após as chuvas. Neste caso, a Defensoria Pública, por meio do Numaf, vai prestar assistência jurídica ao morador, além de oficiar a Águas de Manaus e a Prefeitura para saber quais providências serão tomadas para solucionar o problema.

Por Kelly Melo

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