A conservadora e cristã Mary Douglas, conselheira em Salisbury, cidade da Inglaterra, há 15 anos, desafiou o Conselho de Wiltshire, que dizia que seria necessário um subsídio de 1.000 libras para “elevar o perfil LGBTQ, buscando melhor compreensão e aceitação da comunidade LGBTQ e garantindo que Salisbury seja uma cidade segura e totalmente inclusiva para todos”.
Ela se recusou a apoiar o uso de fundos públicos para tal propósito e foi removida de sua função específica para habilidades e mobilidade em 2019. Porém, teve permissão para continuar como integrante do Conselho.
A conselheira explicou que, além dela, existe também boa parte de pessoas que compartilham da mesma opinião que a dela, porém tem medo de dizer isso.
“Eu disse o que disse, não porque não amo pessoas que se identificam como LGBT, mas porque não concordo com a mensagem política do orgulho gay e deveria ter o direito de dizê-lo. Discordar não é desrespeitar. Na verdade, dar-se ao trabalho de expressar desacordo com alguém é um sinal de respeito”, comentou ela ao site cristão Christian Today.
Ela continuou dizendo que “em uma sociedade diversa, precisamos tolerar diferentes pontos de vista e estilo de vida, mas não precisamos afirmá-los. Na verdade, a própria palavra ‘tolerar’ indica que discordamos ou potencialmente desaprovamos aquilo que somos solicitados a tolerar”, destacou.
A executiva-chefe do escritório de advocacia ‘Christian Legal Center’ (CLC), Andrea Williams, disse que as ações do conselho contra Mary Douglas foram “assustadoras”.
“Tenho esperança de que o Conselho de Wiltshire coloque a democracia em primeiro lugar no futuro e tente entender melhor que Mary Douglas e seus constituintes podem ter opiniões divergentes sobre o uso de fundos públicos para apoiar um evento do Orgulho Gay sem agir com intenção discriminatória. Quando ela foi eleita, as pessoas sabiam exatamente em quem estavam votando. Ela não fez segredo de sua fé cristã. Ela é um membro muito popular da comunidade local, que a serviu bem por muitos anos. Pedimos aos órgãos públicos em todo o Reino Unido que entendam e respeitem o direito das autoridades e dos membros eleitos à liberdade de expressão e de discurso, para que ninguém mais tenha que passar pelo que Mary Douglas passou”, concluiu.
Na semana passada, a conselheira foi exonerada após uma audiência na qual o conselho reconheceu que ela estava dentro de seus direitos sob o Artigo 10 da Convenção Europeia sobre Direitos Humanos.
O conselho também concluiu que Mary Douglas tinha a devida consideração pelo dever de igualdade do setor público.
Por Unigrejas