O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, condenado a mais de 400 anos de prisão, disse que tem planos de ser candidato a deputado federal. O objetivo dele é participar das eleições que devem ocorrer em 2026.
Cabral fez a declaração ao jornalista Eduardo Tchao, durante seu podcast, intitulado Papo com Cabral. O jornalista publicou o trecho da resposta do ex-governador em seu perfil no Instagram na sexta-feira 17.
Quanto à candidatura a deputado federal, Sérgio Cabral demonstrou interesse. “É um cargo que nunca exerci e que eu gostaria de ver a pluralidade brasileira, conhecer mais o Brasil profundamente”, afirmou ele. “Com mais de 500 deputados federais, você vai entender mais o Brasil e defender o Rio de Janeiro.”
Só se a Justiça “permitir”
Ainda durante o programa, Cabral reforçou que sua candidatura só será possível se a Justiça brasileira “permitir”. Isso porque o ex-governador fluminense está, por ora, impedido de entrar em disputas eleitorais. Ele está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, já que foi condenado em 2ª instância.
O ex-governador do Rio de Janeiro permaneceu atrás das grades por seis anos. Isso porque ele foi preso durante os desdobramentos da Operação Lava Jato, em 2016. Cabral só deixou a prisão em dezembro de 2022 — por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em fevereiro de 2023, a Justiça brasileira decidiu revogar a última ordem de prisão domiciliar que existia contra Sérgio Cabral. Atualmente, o ex-governador tem de cumprir apenas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
No total, as condenações contra o ex-governador do Rio perfazem 24 sentenças — a maioria por corrupção. A somatória das penas de Cabral resulta em mais de 400 anos de prisão. O político havia comandado o Estado do Rio de Janeiro de 2007 a 2014.
Antes, Cabral havia sido deputado estadual de 1991 a 2003, sendo presidente da Assembleia Legislativa. Ele também foi senador de 2003 a 2006.
Fora da cadeia, o ex-governador fluminense chegou a ser anunciado como personagem a ser homenageado pela escola de samba União Cruzmaltina, que disputa a terceira divisão do carnaval carioca. Em evento organizado pela agremiação, que é ligada a uma torcida organizada do Vasco da Gama, o político chegou a sambar. A escola, contudo, desistiu da homenagem.