Cerca de 300 garimpeiros já deixaram a Terra Indígena Yanomami

Garimpeiros estão em fuga pelo rio Uraricoera, já que espaço aéreo é fiscalizado pela Aeronáutica

Cerca de 300 garimpeiros deixaram área Yanomami desde quarta-feira, segundo fontes da inteligência do governo de Roraima - Foto: Reprodução

Fontes da inteligência do governo de Roraima afirmaram neste domingo (5) que cerca de 300 garimpeiros já deixaram a área da Terra Indígena Yanomami desde quarta-feira (1º).

Imagens mostram garimpeiros atravessando a floresta com galões de combustível nas costas, para abastecer os barcos, uma vez que o espaço aéreo está sob defesa da Aeronáutica.

Segundo as informações, os garimpeiros estão fugindo pelo rio Uraricoera no sentido norte, nordeste e noroeste, na direção da cidade de Alto Alegre, à noroeste de Roraima. A região onde estavam instalados é abundante em ouro e cassiterita.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, está na região para acompanhar o atendimento aos Yanomani assolados pela crise de saúde.

Nesse sábado (4), ela declarou que os garimpeiros estão deixando a região espontaneamente. “Temos essa informação de que muitos garimpeiros estão saindo. É bom que saiam, assim a gente diminui a operação que vai ser feita. Se eles saem sem precisar da força policial, é melhor para todo mundo”, disse Guajajara.

Ao longo da semana, o governo federal deflagrou ações para combater o garimpo ilegal na Terra Indígena, onde a população sofre com desnutrição grave, malária e infecções respiratórias.

Na quarta-feira (1º), teve início a Operação Escudo, comandada pela Aeronáutica, e monitora os voos suspeitos de práticas ilegais sobre o território.

Com a criação da Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida), a Aeronáutica pode adotar medidas contra qualquer tráfego aéreo que possa envolver ato ilícito.

Os militares vão instalar um radar para ampliar a capacidade defensiva e intensificar o poder de detecção e controle do local. O Ministério da Defesa fornecerá dados de inteligência e transporte logístico para equipes que participam da ação, como a Polícia Federal (PF) e o Ibama.

A PF já instaurou um inquérito para apurar crimes de genocídio, omissão de socorro, e crimes ambientais no território.

Por Jéssica Moura e Thayana Araújo, da CNN Brasília

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