Bolsa fecha em queda de 1,49%, e dólar vai a R$ 4,987

Foto: GETTY IMAGES

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), teve queda de 1,49% em dia com preocupações nos cenários doméstico e internacional. A bolsa fechou aos 114.193,43 pontos.

No mesmo movimento, o dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,42%, negociado a R$ 4,987.

Copom e IPCA-15

    • O Banco Central defendeu uma “atuação firme” para reduzir as expectativas de inflação na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que também apontou uma divergência entre diretores da autoridade monetária em relação à dinâmica de preços, principalmente no setor de serviços. O documento é referente à decisão do Copom da semana passada, quando a Selic foi reduzida novamente em 0,50 ponto, para 12,75% ao ano.
    • Os membros do Copom concordaram que a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual na Selic nas próximas reuniões é o ritmo apropriado “para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”. No mesmo sentido, o BC afirmou, na ata, que é pouco provável que haja cortes maiores.
    • “A instituição fechou, mais uma vez, de vez, a porta para ajustes mais intensos nos cortes da Selic até o final do ano e, quiçá, até o início do ano que vem”, disse Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. “A forma como essa ata foi desenhada, ela afasta de vez qualquer possibilidade de movimentos positivos, de surpresas positivas que poderiam levar essa condição da política monetária para um afrouxamento mais significativo do que nós vemos nesse momento.”
    • Queda nos juros não será mais acentuada. Copom enviou mensagem de que os juros restritivos são necessários para garantir que as expectativas da inflação vão se reduzir ainda mais. Isso sogere uma visão mais cautelosa pelo Copom, especialmente pelos riscos do cenário fiscal, diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
    • Cenário internacional também é preocupante. O Banco Central ressalta algumas preocupações com o mercado de trabalho forte no Brasil e nos EUA, além de uma postura bem firme de bancos centrais ao redor do mundo, especificamente dos EUA e da zona do Euro, para trazer a inflação para a meta, diz Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.
    • Também foi divulgado hoje o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, que registrou alta de 0,35% em setembro, divulgou hoje o IBGE. Seis dos nove grupos pesquisados registraram alta no mês. A maior variação positiva foi em transportes, que abarca a gasolina, e subiu 2,02% no mês. Já a maior queda foi a do grupo de alimentação e bebidas, que caiu 0,77%.
    • Analistas consideram que a inflação no Brasil já atingiu seu ponto mais fraco no ano e tende a ficar mais pressionada até o final de 2023. Pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central junto mostra que a expectativa do mercado é de que o IPCA encerre este ano em 4,86%, indo a 3,86% em 2024. Na semana passada, o BC reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,75%, avaliando em ata ser pouco provável intensificar os cortes na taxa de juros à frente.
    • Dados são positivos. Essas surpresas de baixas nos preços fortalecem um cenário de desinflação consistente, diz Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez.
    • Mas há incertezas. “Olhando o comportamento dos preços de serviços, ainda há instabilidades. Aluguel e condomínio são exemplos. Então temos alguma incerteza à frente sobre o processo de desinflação”, diz Luiz Felipe Bianconi, economista da SulAmérica Investimentos, reforçando que os números são positivos para o mercado.

Cenário internacional

    • O ambiente externo segue desfavorável a ativos de risco. A maior preocupação segue sendo os indicativos sobre os juros nos mercados globais. Ações de mecapitalização, incluindo Apple, Microsoft, Meta, Amazon.com e Tesla, recuaram ao longo do dia.
    • Expectativa é de que todos os três principais índices dos Estados Unidos registrem quedas trimestrais pela primeira vez neste ano, conforme se aproximam os últimos dias de negociação de setembro.
    • Pressionando as ações, os rendimentos dos Treasuries de dois e dez anos atingiram máximas de vários anos, após a perspectiva dura do Fed para os juros de longo prazo, uma postura também projetada por outros grandes bancos centrais.
    • A moeda norte-americana mostrou alguma instabilidade ao longo das primeiras negociações, alternando leves altas e baixas, ora acompanhando o movimento externo de valorização do dólar, ora refletindo o reforço das expectativas de que o BC não acelerará o ritmo de cortes de juros.

Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2023/09/26/fechamento-dolar-bolsa-26-de-setembro-2023.htm

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