Ataques a minorias motiva desfiliação de 300 pessoas do Psol/AM

Marklize Siqueira - Foto: Divulgação

Neste domingo (06/03), o agrupamento político MovimentA Amazônia Socialista (MAS), formado por mais de trezentas pessoas filiadas ao Partido Socialismo e Liberdade (AM), anunciou seu processo de desligamento do partido. A movimentação ocorre após uma denúncia de violência política de gênero e perseguição política a um de seus quadros políticos mais expressivos, a ex-candidata a vice-prefeita Marklize Siqueira, ocorrida nas últimas semanas. O grupo alega, ainda, que o PSOL Amazonas não é um partido seguro para minorias e que não impulsiona verdadeiramente lideranças negras, indígenas, PCDs, LGBTQIAP+ ou feministas no Estado.

O MAS é formado em sua maioria por mulheres e LGBTQIAP+ que inclusive estavam à frente dos Diretórios, tanto estadual, quanto da capital Manaus e de Santa Izabel do Rio Negro, eles renunciaram coletivamente às direções Estadual e Municipais. “Nos organizamos com muita energia da nossa militância para ocupar os diretórios Estadual e Municipais, a partir da liderança de mulheres e pessoas LGBTQIAP+ e isso foi muito importante.

Contudo, no decorrer do processo chegamos à conclusão que devido à guerra fratricida entre as tendências em que as divergências passaram a configurar como perseguições políticas e não mais no âmbito da condução do partido, não era mais possível avançar na construção de um programa político consistente materializado em ambiente partidário seguro para segmentos historicamente alijados da esfera política.

Grupo compunha o partido desde 2015 – Foto: Divulgação

O estopim foram as conduções antidemocrática das reuniões do Diretório Estadual e os ataques, nas redes sociais, as nossas figuras públicas, a esse respeito já estamos tomando as medidas cabíveis nas instâncias do judiciário. Assim, o PSOL perdeu um dos grupos políticos mais dinâmicos e promissores da esquerda amazonense” afirma Jeffeson William que ocupava o cargo de Presidente do PSOL Manaus.

O MAS foi o grupo político no PSOL responsável por colocar o partido no raio de visão da política local. É dele que surgiu a pré-candidatura da Bancada Coletiva que foi a 5ª candidatura mais votada de Manaus em 2020 e também o nome à vice-prefeitura de Manaus Marklize Siqueira que concorreu nas eleições na chapa com José Ricardo do PT.

“Este momento não é fácil para mim que construí uma história de luta do PSOL há sete anos. Mas é insustentável permanecer num ambiente partidário no qual não me sinto segura para fazer política. Eu, como mulher, preciso minimamente estar num local seguro para conseguir fazer política. Espero que o PSOL encontre seu caminho e construa de fato uma instituição partidária que possa um dia acolher e dar segurança institucional a mulheres negras, afroamazônicas”, destaca Marklize Siqueira sobre sua desfiliação do partido.

O grupo lança uma Carta Aberta explicando as motivações da desfiliação coletiva e realizou um evento neste domingo, 19h, na Casa Popular da Cidade Nova no qual anunciou sua atuação e estratégias para as eleições deste ano.

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