Ao derreterem, geleiras liberam dezenas de milhares de bactérias poluentes

Foto: Reprodução

Estudo avaliou amostras em latitudes altas do planeta e sugere que, anualmente, 650 mil toneladas de carbono são liberadas por microrganismos devido ao degelo.

O derretimento de geleiras gerado pela crise climática libera, só no Hemisfério Norte, uma quantidade assustadora de bactérias e algas todos os anos. Esses seres fornecem uma média de 650 mil toneladas de carbono por ano — e isso deve persistir nas próximas oito décadas.

É o que estima um estudo que reuniu amostras de gelo derretido de várias formações no Norte do planeta. A pesquisa foi publicada no último dia 10 de novembro na revista Communications Earth & Environment.

Os cientistas coletaram gelo do derretimento de oito geleiras na América do Norte e na Europa e duas da calota de gelo da Groenlândia. Eles estudaram as amostras para aprender mais sobre a microbiota no escoamento. De modo alarmante, havia dezenas de milhares de micróbios em apenas milímetros de água coletada.

“Estamos vendo as geleiras morrerem diante de nossos olhos, afetando os micróbios que estão lá, com implicações local e globalmente”, disse Arwyn Edwards, da Universidade de Aberystwyth, no País de Gales, e parte da equipe do estudo, ao site The Guardian. “A massa de micróbios liberada é vasta mesmo com aquecimento moderado”.

A estimativa do estudo representa um aumento modesto e contínuo nas emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos gases causadores do efeito estufa. Se as emissões forem cortadas, diminuindo o aquecimento global e o derretimento do gelo, a massa de microrganismos liberada seria reduzida em cerca de um terço.

Contudo, não há dados suficientes para entender o valor e a ameaça desses organismos, de acordo com Edwards. “Rotineiramente, recebo perguntas sobre se haverá um patógeno apocalíptico derretendo nas geleiras”, ele relata. “Acho que é um risco muito pequeno, mas não é um risco zero, então precisamos de uma avaliação de risco desses microrganismos”.

De acordo com o site Phys.org, os pesquisadores não estudaram as bactérias individualmente e, portanto, não identificaram nenhuma espécie que pudesse representar uma ameaça à saúde humana. A maioria dos microrganismos foi morta pelo Sol logo após ser exposta, sugerindo que, se um agente que possa infectar humanos estiver presente, a probabilidade de infecção é pequena.

Fonte: Revista Galileu

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