Rio Negro inicia vazante e nível desce um centímetro

Cheia histórica em 119 anos de monitoramento hidrológico, que iniciou em 1902 na cidade de Manaus, já é a maior – Foto: Divulgação

Após nove dias em alta, desde o último dia 5 de junho, quando alcançou 30 metros, o rio Negro iniciou o período de sua vazante, descendo 1 centímetro, segunda-feira (14). No dia 1° de junho o rio ultrapassou a cota da maior cheia registrada em 2012, que foi de 29,97 metros, ficando em 29,98 metros.

A engenheira e pesquisadora da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CRPM), Luna Grip, explicou  porque o rio Negro iniciou sua vazante, uma vez que a Companhia estava prevendo que a conta chegasse a 30,02 metros.

Grip explicou que, nas últimas semanas, o nível do rio apresentou-se estável, inclusive com variação negativa. “Ou seja, em alguns dos municípios a gente já observa  a descida do nível dos rios. O que é bem claro que nessa época do ano, principalmente aqui na região da Amazônia Central, onde se situa Manaus, Manacapuru,  Itacoatiara, Parintins e a região dos grandes rios, em seus maiores momentos de volumes, esse processo de apresentar o início de descida dos níveis dos rios já nos garante, de certa forma, que realmente a gente não vai ter maiores enchentes”.

Mesmo com a vazante, a Prefeitura de Manaus continua os trabalhos para combater os danos ao atender mais de 4 mil famílias que foram catalogadas nos 15 bairros mapeados pela Casa Militar, por meio da Defesa Civil.

Ao todo, já foram construídos mais de 9 mil metros de ponte que estão viabilizando o translado das famílias afetadas pela cheia. E para atender essas pessoas, a Prefeitura disponibilizou o pagamento do auxílio aluguel e continua os trabalhos para combater os danos causados pela  subida do rio.

Retrospectiva cheia

Durante a cheia, entre os bairros mais afetados de Manaus foram: Centro, Educandos, São Jorge, Cidade Nova, Aparecida, Glória e Mauazinho, que já estão recebendo o atendimento das equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) com a construção de pontes.

Segundo informações do vice-prefeito, Marcos Rotta, as ações de prevenção dos impactos da cheia na vida das pessoas é prioridade nesse momento tão delicado. O Comitê Especial de Enfrentamento das Cheias Fluviais do Município está desenvolvendo medidas extremas para auxílio à população que trabalha ou mora próximo de áreas de risco de transbordamento.

“O prefeito David Almeida tem se desdobrado em acompanhar todos os impactos da cheia na cidade de Manaus, para que possamos ter a dimensão do que possa ser a maior cheia da história da cidade, mas também as ações que a gente precisa empreender para minimizar os danos e os prejuízos. Temos buscado ações preventivas desde os primeiros sinais de que a cheia deste ano seria uma das maiores”, ressaltou Rotta, que é presidente do Comitê.

De acordo com o secretário da Casa Militar, tenente William Dias, a meta é  de que 7 mil metros de pontes sejam construídos para atender todos os pontos de alagações que foram mapeados pela prefeitura no município.

Outros danos 

Por conta da subida do rio, em maio, as linhas de ônibus 300, 356, 448, 500, 560, 640 e 650 deixaram de atender o Terminal da Matriz e passam a dobrar à esquerda na avenida Sete de Setembro, por onde seguem até a avenida Getúlio Vargas, para, em seguida, cumprir o itinerário normal.

A mudança, determinada pela Prefeitura de Manaus, foi no trecho da avenida Floriano Peixoto, o que impossibilita o trânsito dos veículos, principalmente pelo fato desses veículos articulados maiores terem piso mais baixo que os ônibus convencionais.

Usuários de transporte que embarcavam nessas linhas no Terminal da Matriz passam a ter como opções de embarque uma parada de ônibus instalada atrás da Igreja Matriz, na avenida Sete de Setembro, e outra na Sete de Setembro, próximo à praça da Polícia. Antes dos articulados, a cheia já tinha afetado outras linhas de ônibus que passam pelo Centro de Manaus.

Outros Municípios

Além da capital, outros municípios do Amazonas que também estão sofrendo com cheia do Rio Negros foram: Anamã (a 165 quilômetros de Manaus), que esteve totalmente submersa. Lá, 9 mil pessoas foram afetadas.

No Careiro da Várzea (a cerca de 25 km de Manaus), 6 mil famílias enfrentaram a realidade cruel da subida do rio. Já no município de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus) a situação do transbordamento afetou mais de  27.216 mil pessoas. E em Autazes (a 180 quilômetros de Manaus), o cheia dificultou a vida de 3.454 mil pessoas, com cerca de 90% de área rural, segundo a Defesa Civil do Amazonas.

Por Jefter Guerra/PNN

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.