Quem defende agendas ambientalistas pode estar sofrendo de alienação ideológica

Por Belisário Arce (*)

Tive a grande sorte de, logo que ingressei na UFAM, em 1984, ter tido como professor o grande Nobre Leão. O que ele mais insistia nas suas aulas era sobre o perigo da alienação ideológica, de seus mecanismos insidiosos e muito eficazes.

Durante boa parte do século XX, a luta pela mente das pessoas ficou limitada à dicotomia capitalismo X socialismo. Com o fim do socialismo real, que se tornou evidente a partir de 1985, com a Perestroika e a Glasnost de Gorbachev, ficou claro que um novo tema ocuparia o lugar do socialismo como elemento ideológico.

Sobre isso, muito se escreveu no final dos anos de 1980 e início dos anos de 1990. Era unânime a percepção de que os temas ambientais substituiriam a defesa dos ideais socialistas. Portanto, o processo de alienação ideológica que ocorreu em seguida, posicionando o meio ambiente no centro de todos os debates políticos globalmente, não foi nenhuma surpresa, era o esperado.

O processo de alienação ideológica se inicia com a assimilação de conceitos e premissas básicas falsas, que passam a ser considerados como verdadeiros. Esses conceitos e premissas são transmitidos para as pessoas de modo sub-reptício, sem que se perceba, por meio do conteúdo da educação escolar, de livros, revistas, filmes, documentários, músicas, etc.

Depois que o processo está completo, a vítima está perdida. Nunca mais poderá raciocinar por si mesma. Isso corre com pessoas simples ou com aquelas do mais elevado nível educacional, com os mais altos títulos nas melhores universidades do mundo.

Essa é a genial insídia da alienação ideológica: o indivíduo tem absoluta convicção de que está raciocinando por si mesmo, mas é só uma ilusão. Seu raciocínio é escravo das premissas básicas e conceitos falsos que destilaram em sua mente desde tenra idade.

O mais grave é que a alienação ideológica faz com que as pessoas tomem decisões contrárias a seus próprios interesses. No Amazonas, por exemplo, que necessita, urgentemente, liberar suas forças produtivas e livrar-se da agenda verde, muitos defendem – contra seus próprios interesses – ferrenhamente, a conservação da floresta como prioridade máxima. São alienados e, como tal, nunca perceberão a condição de servidão mental à qual estão irremediavelmente submetidos.

(*) é diretor-executivo da Associação PanAmazônia

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.