Mykolaiv, no sul da Ucrânia, é alvo de intensos ataques russos neste domingo (31)

Segundo o prefeito da cidade, bombardeio foi, provavelmente, "o mais forte de todos os tempos"

Segundo autoridades, bombardeio em Mykolaiv foi o mais forte desde o início da guerra na Ucrânia - Foto: Reprodução

A cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, sofreu intensos bombardeios nas primeiras horas da manhã de domingo (31), de acordo com autoridades locais, quando o presidente russo, Vladimir Putin, usou o Dia da Marinha de seu país para emitir mais ameaças militaristas a qualquer pessoa que minasse a “soberania e liberdade” da Rússia.

O prefeito de Mykolaiv, Oleksandr Senkevych, afirmou que bombas estavam explodindo janelas e destruindo varandas. “A região estava sob bombardeio em massa hoje. Provavelmente o mais forte de todos os tempos”, disse ele em um comunicado.

Uma equipe da CNN ouviu as explosões causadas pelos ataques e viu incêndios pela cidade. Moradores entrevistados também disseram que foi o bombardeio mais pesado na cidade desde o início da guerra.

Pelo menos uma pessoa foi morta e duas ficaram feridas, de acordo com Vitalii Kim, chefe da administração militar regional de Mykolaiv.

Em um discurso comemorativo do Dia da Marinha da Rússia em São Petersburgo, Putin não fez nenhuma menção à guerra na Ucrânia, mas disse que a “situação atual de seu país está exigindo ações muito decisivas”.

“Vamos fornecer proteção com firmeza e por todos os meios. A chave aqui são as capacidades da Marinha, que é capaz de responder com a velocidade da luz a qualquer um que decida invadir nossa soberania e liberdade”, disse Putin.

Putin afirmou que a entrega dos sistemas de mísseis de cruzeiro hipersônico Zircon do país começará nos próximos meses. A Rússia disse em maio que testou com sucesso o míssil Zircon a uma distância de 1.000 quilômetros.

Acusações de crimes de guerra

Separadamente, pelo menos três pessoas morreram e oito ficaram feridas em combates no leste da Ucrânia, de acordo com a administração civil-militar de Donetsk, que disse que vilarejos na região foram alvos de artilharia, mísseis russos Grad e foguetes Uragan.

“11 prédios residenciais particulares e um arranha-céu, uma delegacia de polícia, um mercado, uma cantina foram danificados e três campos foram queimados”, disse o governo.

O Estado-Maior da Ucrânia informa que as forças russas estavam atacando as linhas de frente nas regiões de Donetsk e Luhansk.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu neste sábado (30) que os moradores restantes da região de Donetsk evacuem com urgência a região, no que chamou de “decisão do governo”.

“Tudo está sendo organizado. Apoio total, assistência total –tanto logística quanto pagamentos”, disse ele em seu discurso noturno. “Só precisamos de uma decisão das próprias pessoas, que ainda não a tomaram por si mesmas.”

Um ataque a uma prisão no leste da Ucrânia, controlado por separatistas, na sexta-feira (29), resultou na morte de pelo menos 40 prisioneiros. A prisão de Olenivka, perto de Donetsk, foi usada para abrigar muitos dos soldados ucranianos que se renderam na fábrica de Azovstal em Mariupol há vários meses.

A embaixadora do Reino Unido na Ucrânia, Melinda Simmons, disse que o ataque faz parte de um padrão “do pior tipo de abuso dos direitos humanos” em seu Twitter no sábado.

Zelensky disse que o ataque foi “um crime de guerra deliberado dos russos”.

A inteligência ucraniana disse que os ataques foram realizados pelo grupo mercenário russo Wagner e não foram coordenados com o Ministério da Defesa russo. A reportagem não pôde verificar de forma independente as acusações feitas pela inteligência militar ucraniana

A Rússia culpou a Ucrânia pelo ataque.

Por Ivana Kottasová, Olga Voitovych, Darya Tarasova e Manveena Suri, da CNN

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