Mutirão regional: é hora de trabalhar…

Nelson Azevedo (*) [email protected]

As previsões são positivas para a economia brasileira, segundo as planilhas do Fundo Monetário Internacional, que estimou um crescimento da ordem de 3,7% para o PIB brasileiro. Para um país acostumado, nos últimos anos, a um Pibinho, em torno de 0.1%  e 1%, e com a recessão brutal do ano passado – essa estimativa, embora condicionada a um acerto maior na gestão da crise e dos reflexos da CPI do Senado sobre o assunto – não poderia ser mais animadora.  Por isso, em virtude de um cenário que poderá nos favorecer firmemente, não nos resta outra saída senão trabalhar e trabalhar. Num contexto de extremo colaboracionismo, é claro.

AMACRO avança

Claro, também, que este trabalho supõe sempre a atuação política em sintonia fina com a bancada parlamentar do Amazonas, sempre na perspectiva da caça e captura de uma mobilização parlamentar regional. Casca de banana é o que não falta para nos derrubar. A excelente iniciativa da Suframa, já em pleno processo de implantação, a AMACRO, já deve ter em vista um suporte parlamentar. São três estados, Amazonas, Acre e Rondônia, com metas, métricas e construção conjunta de resultados nos diversos níveis da atividade econômica. Eis o ensaio da autêntica integração regional. A articulação é bem maior e sacramenta o papel da Suframa como indutora e gestora da integração regional que busca reduzir as desigualdades entre Sul e Norte do Brasil. Cada unidade federada com suas especificidades e imensas oportunidades à disposição e em mutirão construtivo.

Cada qual em seu quadrado

Vamos, porém, separar política de barganha e de confronto eleitoral, da luta parlamentar. A experiência recente nos mostra que quando separamos economia da política partidária só temos a ganhar. O outro viés não nos pertence. Essa peleja tem  hora e respectivos profissionais para seus propósitos. Nossa agenda parlamentar é do acompanhamento cotidiano de nossas bandeiras, direitos, responsabilidades e providências. E aí já existe uma carga imensa de trabalho para enfrentar. Precisamos assegurar as vantagens comparativas da contrapartida/compensação fiscal. E para nossa maior tranquilidade, como há muito tempo não tínhamos, hoje a Bancada Parlamentar do Amazonas é guerreira, alinhada e sintonizada com o setor produtivo do Estado que representa. Sempre lembrando que – sem desalinhar nem atrapalhar – cada qual precisa atuar em seu quadrado.

BR 319, intocabilidade versus manejo sustentável

Temos uma promessa de recuperação da BR-319, nosso esperado link rodoviário e libertário nacional. Já temos uma etapa aprovada e licitada, para a qual temos que estar diuturnamente alertas. Os profetas do agouro ambientalista, que escondem seus reais propósitos com o escudo da intocabilidade florestal, são forte e não desistem de nós cercear o direito constitucional de ir e vir. E essa vigilância nos obriga ainda a planejar ações do setor privado a partir da conclusão final da recuperação. Não podemos esquecer que a proteção florestal se transformou em nosso melhor negócio. Não estamos falando de intocabilidade e sim do manejo inteligente de nossas potencialidades, previsto em Lei e que nos permitirá diversas iniciativas de bionegócios, que nos permitem ocupar, com as ferramentas da inovação tecnológica, e de forma sustentável, a economia de nossa diversidade biológica, geológica e de serviços ambientais.

Santarém, porto, distrito e rodovia

Estamos atentos ao projeto de infraestrutura de Santarém, a expansão do Arco Norte, que já está implantando a nova estrutura rodoportuária do município, com asfaltamento da BR163, construção de um Distrito Industrial com 180 empresas e a revitalização e integração das BRs com as rodovias estaduais. Um Porto multi-uso e Isso vai impulsionar o mercado exportador do Centro-Oeste e o mercado agroindustrial e pastoril do próprio Pará, com influências direta na economia do Amazonas, a atual e sua diversificação iminente. Com forte presença do setor privado, a Amazônia Oriental nos convida a somar esforços e investimento. A despeito das CPIs e embates eleitoreiros nelas envolvidos, repetimos: é hora de trabalhar e trabalhar em mutirão regional.

(*) Nelson é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.

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