Morreu nesta sexta-feira (10) o cineasta espanhol Carlos Saura, aos 91 anos. Ele liderou o despertar do cinema de arte na Espanha após décadas da ditadura de Francisco Franco e cativou o público internacional com coreografias dramáticas de flamenco.
A Academia Espanhola de Cinema informou que Saura foi “uma das figuras fundamentais da história do cinema da Espanha”. Ele morreu em casa, segundo a academia, na companhia de seus familiares.
Admirado pelo cineasta americano Stanley Kubrick, de “2001 – Uuma Odisseia no Espaço”, Saura era conhecido por suas críticas à cultura burguesa, pelo uso de flashbacks e do surrealismo de Luis Buñuel, um amigo pessoal próximo.
Um de seus filmes de mais popularidade, “Carmen”, de 1983, um drama sobre uma trupe de dança baseada na ópera de mesmo nome de Georges Bizet virou um sucesso mundial. “”Carmen” ganhou prêmios, incluindo no Festival de Cannes.
Junto com “El Amor Brujo” (O Amor Enfeitiçado) de 1986, os filmes compõem a Trilogia Flamenco de Saura, filmados como produções teatrais, ou mesmo ensaios, com cenografia mínima.
Nascido na cidade de Huesca, no nordeste do país, em 1932, Saura foi criado em Múrcia, no árido sul. Seu irmão Antonio tornou-se um dos principais pintores modernos da Espanha.
Saura abandonou os estudos de engenharia industrial em 1949 para se tornar fotógrafo e, mais tarde, estudou jornalismo e cinema. Foi professor de cinema e trabalhou em vários curtas-metragens antes de realizar seu primeiro longa-metragem, “Os Delinquentes”, em 1960.
Influenciado pelos neorrealistas italianos, nunca perdeu essa preocupação inicial com as questões sociais e condenou a censura franquista, mas nunca se considerou um artista político.
Saura teve sete filhos.
Fonte: Reuters